Enquanto festejamos, ó Pátria Amada...
O aumento do custo de vida é sempre elaborado para o final de ano como um presente do governo para exploração selvagem da massa falida. De que vale aumentar o salário irrisório quando tudo aumenta de preço de acordo as fontes energéticas que foram saqueadas pela corrupção? A energia devia servir ao povo e não destituí-la para enfraquecimento das suas potencialidades. Essa essência de má-fé é recorrente em finais de ano. Quanto mais nos divertimos, mais somos explorados. Compreendo que um povo que possuirá apenas quinhentos e vinte anos de história logo em seguida, tendo quase trezentos anos de escravidão deseja se divertir o mais rápido possível. Como as festas de Espartacus à cada nova vitória contra Roma. Verdadeiro fracasso para esses revolucionários. Ocorre o mesmo com a escravidão do trabalho assalariado, ainda mais ameaçada pela concorrência injusta tecnológica.
Para evitar maiores danos com maior crueldade contra o povo famélico brasileiro, devia o governo, ó Pátria Amada! criar um elo entre a indústria de entretenimento (formulada por grandiosos eventos de massa com elevada arrecadação) para sustento de base dos hospitais na grande guerra de sobrevivência nacional. É ridículo ver um povo divertido nos grandes estádios tombar nos hospitais agonizantes, diferente daqueles em que são internados os poderosos. A euforia turística dos eventos serve bem ao conforto das empresas televisivas que vivem da frágil contemplação da realidade. da folga financeira das igrejas para lenitivo espiritual da desigualdade. A indústria cultural perdeu o humanismo, a música vazia, sentencia a sociedade ao vazio da desesperança. Somos crianças entregues ao berço esplêndido, ó Pátria Amada!
Sim, todas as drogas (lícitas e ilícitas, pois divergem apenas na forma de tratamento) deviam sustentar hospitais. Todos os eventos deviam se voltar para a construção de uma nação justa economicamente. A colossal arrecadação de impostos servirá apenas para sustentar a classe política nacional? Ó Impostômetro que não nos deixa mentir! O custo extraordinário das viagens ao exterior? As exorbitantes regalias... O arrocho do povo servirá apenas para elevar a condição de parasitismo miliardário da classe política?
A classe trabalhadora está desvalida de representatividade. A representatividade elitista ganhou o novo peso das redes sociais. Está ainda mais distante do povo que se apresenta sem condições fundamentais para sustento já na origem. Quando falam em família esquecem aquelas desestruturadas, culpam as drogas e jogam no lixo e no encarceramento milhares de almas. Que justiça caríssima tem esta condição humana prevista em códigos e leis?
Todos os preços aumentaram enquanto festejamos.
Feliz Ano-Novo, Ó Pátria Amada.