O Gato Toy

Tudo começou com minha irmã convidando-me para ir a sua casa às 19:00 h. Eu aceitei, agradecendo o convite. Mas até que tomasse banho e a Laura aprontasse, parecia ter se passado um século. Saí super atrasada, sob a chuva que resolveu cair bem na hora em que fui buscar o carro no estacionamento onde o guardo. Parei na casa da mamãe, que me esperava com toda a paciência do mundo para irmos juntas. Eu, ao volante, esbaforida, molhada, atrasada e chateada por todas essas coisas. Minha irmã mora a alguns quarteirões das nossas casas, na mesma rua. Quando ultrapasso um motociclista, vejo um gato cinza passando na frente do carro. Digo pra minha mãe: - Mamãe, pode ser o Toy! Antes de prosseguir é preciso dizer que o Toy é o gato de minha sobrinha e afilhada Clarissa. É piauiense e foi sofrido trazê-lo para as férias da Clarissa, que se forma em Medicina Veterinária na Universidade Federal do Piauí. Ele destruiu sua gaiola oferecida pela empresa de aviação. Arranhou sua dona, que ama. Clarissa chegou aos prantos em Confins pelo desgaste da viagem. Com três dias na nova casa mineira, fugiu. É muito curioso e resolveu conhecer a nova cidade. Um mundo novo e bem mais fresco que Teresina, é claro que quis entender se estava dentro de uma geladeira. Bem, voltando ao caso que contava. Mamãe disse que o gato se enfiou debaixo de um carro. Estacionei o meu a um metro do passeio, desci esbaforida, agachei perto do auto e chamei, com a voz mais doce que conseguia, o nome do Toy. Ele me respondia com silêncio e desconfiança. Mamãe deu a ideia de ligar para a Clarissa, que veio correndo com minha irmã. Agachou e com a lanterna alumiou o gato. Era ele, o fujão. Começou a chamá -lo e ele respondeu com os miados mais doces que já ouvira de um bichano. Era como se dissesse "Mamãe!" Daí a pouco pulou no colo da minha sobrinha, que o beijava e o molhava com suas lágrimas! Que alegria! Que feliz reencontro! Todas nós ríamos e agradecíamos a Deus pela recuperação do bicho perdido, pelo feliz resgate. Bem, conto essas coisas para dizer o seguinte, em síntese: eu não estava atrasada para o compromisso? Mas se não fosse o atraso não teria cruzado com o gato. Não haveria gato, nem resgate. Então, amigos, chego a conclusão que tudo, mas tudo na vida, tem a hora certa pra acontecer! Feliz demais por essa história da vida real!

Cassia Caryne
Enviado por Cassia Caryne em 29/12/2019
Reeditado em 29/12/2019
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