Paralelo Natalino
Fui arrebatado para outro plano da vida na época do Natal.
Procurei pelos meus sonhos, mas não os encontrei.
E vi a mais linda árvore que já iluminou minha casa. Minha mãe a montara por uma semana cobrindo delicadamente cada galho com algodão.
A árvore existe, ainda, em algum lugar entre mim e lugar nenhum.
Naquele oco do meu espaço, vi-me com ela e meu irmão e nossos muitos brinquedos.
Foi, certamente, o pedaço mais doce da minha vida.
Meu pai estava no trabalho e não participara em presença daquela manhã, mas colaborara de forma direta com nossa alegria.
A cada presente meu coração menino quase parava.
De tão emocionado, congelei-me dentro de uma bola de cristal e hoje protejo essa lembrança na prateleira da memória que sumirá quando eu também sumir.
Somente agora, aos 54 anos, procuro saber aonde o Natal perdeu o brilho.
O esforço para ser feliz, para amar ao próximo, para que tudo pareça bem é também o uso de uma energia que nos consome.
Aquela imagem colorida ainda existe - e no seu eterno me sustenta.
Não vibro mais com presentes. Não há mais uma bela árvore. Não chove lá fora aquela energia de luzes colossais, não me embriago de tantas alegrias, mas me sinto bem situado na vida.
Sei que já posso ver o túnel que me espera ao fim da passagem e para lá caminho a cada dia.
Se houver um paraíso, espero que o meu seja com 8 anos de idade, diante daquela árvore tão carinhosamente erguida e com aquele ar de felicidade que dura um instante, mas que esse instante seja para sempre...
Fui arrebatado para outro plano da vida na época do Natal.
Procurei pelos meus sonhos, mas não os encontrei.
E vi a mais linda árvore que já iluminou minha casa. Minha mãe a montara por uma semana cobrindo delicadamente cada galho com algodão.
A árvore existe, ainda, em algum lugar entre mim e lugar nenhum.
Naquele oco do meu espaço, vi-me com ela e meu irmão e nossos muitos brinquedos.
Foi, certamente, o pedaço mais doce da minha vida.
Meu pai estava no trabalho e não participara em presença daquela manhã, mas colaborara de forma direta com nossa alegria.
A cada presente meu coração menino quase parava.
De tão emocionado, congelei-me dentro de uma bola de cristal e hoje protejo essa lembrança na prateleira da memória que sumirá quando eu também sumir.
Somente agora, aos 54 anos, procuro saber aonde o Natal perdeu o brilho.
O esforço para ser feliz, para amar ao próximo, para que tudo pareça bem é também o uso de uma energia que nos consome.
Aquela imagem colorida ainda existe - e no seu eterno me sustenta.
Não vibro mais com presentes. Não há mais uma bela árvore. Não chove lá fora aquela energia de luzes colossais, não me embriago de tantas alegrias, mas me sinto bem situado na vida.
Sei que já posso ver o túnel que me espera ao fim da passagem e para lá caminho a cada dia.
Se houver um paraíso, espero que o meu seja com 8 anos de idade, diante daquela árvore tão carinhosamente erguida e com aquele ar de felicidade que dura um instante, mas que esse instante seja para sempre...