A cadeira de balanço e o computador

É com satisfação e orgulho que o senhor de 70 anos convida o neto que tem 17, para ver as suas recentes descobertas que fez com o computador... Foram à varanda, último cômodo da casa, escolheu-a por ser agradável e clara, e também porque da janela ampla e da porta de vidro pode observar os passarinhos de várias espécies que frequentam o quintal e enfeitam as árvores.

Há mais de um ano ele comprou o computador e o colocou em uma mesa antiga de imbuia, próxima a sua querida cadeira de balanço. Muitas vezes, o simpático senhor de cabelos brancos e olhos azuis recorreu ao neto dizendo que precisava de sua ajuda, pois o computador parecia ter vida própria e “sumia” com os textos que escreveu ou fotos recentes. Com o uso da informática ele descobriu um mundo novo de informações, imagens e amizades; até encontrou colegas que não via desde o tempo do quartel.

Quando se sente cansado, ou quer ler um livro, ele senta-se em sua cadeira de balanço, amiga e confidente de tantos anos e deixasse levar pelo embalar suave e constante, como se pudesse voltar no tempo e reviver as lembranças de uma vida... O passado, o presente e futuro convivem em harmonia, inseparáveis...

Vanice Zimerman - 15 de maio de 2011 (BVIWtecendoletras)