VIDA DE PROFESSOR (III)
Sala de aula repleta de alunos peraltas, daqueles que são capazes de tirar do sério, de infernizar aos extremos cada colega em particular e de conseguir esgotar a paciência daquele professor, grande responsável pela condução da aula de língua portuguesa daquela escola.
- Juquinha, volte para o seu lugar e deixe a Mariazinha se concentrar e ter condições de terminar o exercício dela – disse o professor - torcendo pela chegada do fim daquela aula.
Aquele aluno buliçoso voltou para a carteira dele, mas continuou a caçoar do aluno Joãozinho, que pela primeira vez havia tirado uma nota baixa numa prova de matemática, no dia anterior.
- Joãozinho, você não soube definir o resultado da raiz quadrada de 25, elevada ao quadrado? – provocou o ardiloso Juquinha com ar de aluno sabichão.
Na outra ponta da sala, a aluna Maria Quitéria, a mais quieta da classe, tentando desviar a atenção do professor, apontava para a única janela da sala de aula, e afirmava estar vendo um sagui - uma espécie de macaco de pequeno porte - tentando escalar um varal feito de arame farpado, existente nos fundos da escola.
Já o aluno Pedrinho, o mais ponderado de todos, aproveitou a distração do professor e enquanto ele corrigia uns exercicios, o garoto improvisou um nariz de palhaço com uma folha de papel e sem nenhuma parcimônia passou a fazer trejeitos na frente de seu colega que tentava se concentrar ali no seu canto.
O professor, sem saber o que fazer para prender a atenção dos seus alunos, aparentemente dispersos, disse em alto e bom som:
- Não admito que façam gracejos, às vezes até cavilosos, uns para com os outros, durante minha aula, com a intenção de colocar o colega em situação ridícula. Isso atrapalha a classe como um todo.
A classe inteira ficou em silêncio com o rompante e linguajar rebuscado do professor, e ele, querendo dar sequência à aula que havia começado antes, completou a sua preleção dizendo:
- Apesar das pulhas desferidas uns para com os outros, não considero nenhum de vocês um produto delas. Muito pelo contrário, mas é justamente pelo pouco que acabei de observar, que vejo que todos vocês terão um futuro brilhante. Cada um do seu jeito, evidentemente, mas será preciso estudar muito se quiserem fazer sucesso na carreira que vierem a escolher no futuro.
Em seguida, fez o sinal da cruz, agradecendo a Deus por mais um dia de trabalho, se despediu dos alunos e foi embora.
Sala de aula repleta de alunos peraltas, daqueles que são capazes de tirar do sério, de infernizar aos extremos cada colega em particular e de conseguir esgotar a paciência daquele professor, grande responsável pela condução da aula de língua portuguesa daquela escola.
- Juquinha, volte para o seu lugar e deixe a Mariazinha se concentrar e ter condições de terminar o exercício dela – disse o professor - torcendo pela chegada do fim daquela aula.
Aquele aluno buliçoso voltou para a carteira dele, mas continuou a caçoar do aluno Joãozinho, que pela primeira vez havia tirado uma nota baixa numa prova de matemática, no dia anterior.
- Joãozinho, você não soube definir o resultado da raiz quadrada de 25, elevada ao quadrado? – provocou o ardiloso Juquinha com ar de aluno sabichão.
Na outra ponta da sala, a aluna Maria Quitéria, a mais quieta da classe, tentando desviar a atenção do professor, apontava para a única janela da sala de aula, e afirmava estar vendo um sagui - uma espécie de macaco de pequeno porte - tentando escalar um varal feito de arame farpado, existente nos fundos da escola.
Já o aluno Pedrinho, o mais ponderado de todos, aproveitou a distração do professor e enquanto ele corrigia uns exercicios, o garoto improvisou um nariz de palhaço com uma folha de papel e sem nenhuma parcimônia passou a fazer trejeitos na frente de seu colega que tentava se concentrar ali no seu canto.
O professor, sem saber o que fazer para prender a atenção dos seus alunos, aparentemente dispersos, disse em alto e bom som:
- Não admito que façam gracejos, às vezes até cavilosos, uns para com os outros, durante minha aula, com a intenção de colocar o colega em situação ridícula. Isso atrapalha a classe como um todo.
A classe inteira ficou em silêncio com o rompante e linguajar rebuscado do professor, e ele, querendo dar sequência à aula que havia começado antes, completou a sua preleção dizendo:
- Apesar das pulhas desferidas uns para com os outros, não considero nenhum de vocês um produto delas. Muito pelo contrário, mas é justamente pelo pouco que acabei de observar, que vejo que todos vocês terão um futuro brilhante. Cada um do seu jeito, evidentemente, mas será preciso estudar muito se quiserem fazer sucesso na carreira que vierem a escolher no futuro.
Em seguida, fez o sinal da cruz, agradecendo a Deus por mais um dia de trabalho, se despediu dos alunos e foi embora.