O ENGODO VIVIDO POR NORDESTINOS NOS ANOS 60

Ainda bem que agora os tempos são outros. Com o advento da tecnologia em todos os sentidos a comunicação se expandiu de maneira tal que quase ninguém é mais uma ilha. Por exemplo, as coisas que acontecem no sul do Brasil, concomitantemente, o povo do norte e nordeste fica sabendo até dos detalhes. Afinal, a televisão e o celular, com a anuência e ajuda intermitente da Internet, logo antecipam as notícias, as quais logo são confirmadas pessoalmente com a chegada das pessoas que agora fazem uma viagem rápida de avião no dia e hora em que pretenderem.

Que diferença dos anos 60 quando as pessoas de outros estados viviam isoladas de tudo e de todos. Só tomavam conhecimento das coisas e das pessoas quando alguém ia visitar e aproveitava para exagerar de algumas vantagens que via numa cidade grande. Então funcionava assim. Sempre que chegava uma pessoa de São Paulo, principalmente, os conterrâneos daquela pequena cidade, ao tomar conhecimento deste fato, logo soltavam rojões para anunciá-lo e não demorava muito a casa ficava lotada de curiosos, vizinhos e parentes querendo saber notícias das outras pessoas e, principalmente, ficar sabendo dos outros conterrâneos que ali moravam. Então, pelo aparato do recém-chegado, ou seja, as roupas, joias, sapatos etc., as pessoas humildes daquele lugar logo ficavam impressionadas com aquilo e imaginando, equivocadamente, que a cidade grande era um paraíso, uma maravilha, uma facilidade para se conseguir as coisas, ficar rico e viver em paz. Ledo engano. Pois logo que alguns deles vendiam algumas coisas e partiam para o sul, chegando aqui, logo de cara se deparava com a realidade nua e crua. Aqui tinha dinheiro? Sim, sem dúvida. Tinha, mas para consegui-lo precisava ralar, trabalhar bastante e passar por muitas tribulações, necessidades, sacrifícios. Ninguém aqui achava ou acha dinheiro no chão ou nos galhos das árvores não. E para arrumar emprego era preciso muita sorte, determinação, persistência e capacidade. Além disso, saber economizar e viver com dignidade, responsabilidade para poder economizar o pouco que ganhava com o suor do seu rosto. Portanto, nesta história, fica concretizado o que diz o pensamento: “De longe, todas as montanhas são azuis”.

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 21/12/2019
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