UM ESQUECIMENTO PREJUDICIAL, MAS RECUPERÁVEL
Ele é um pai de família exemplar. Um senhor responsável trabalhador e um exímio motorista de táxi autônomo. Nunca recusava uma corrida. Afinal, este tipo de trabalho era de onde ele tirava o sustento da sua família. Costumava sair de casa sempre por volta das sete horas da manhã e só voltava lá pelas dezoito horas. O seu horário de almoço fazia sempre pela rua mesmo. Dificilmente volta para a sua residência. A não ser quando deixava um passageiro nas imediações do bairro onde morava. Então esta era a sua rotina de trabalho de segunda
a sábado. Domingo ele tirava para descansar e, amiúde, passear com a os filhos e esposa.
Agora vamos falar de um pequeno esquecimento deste motorista de táxi que lhe causou um prejuízo financeiro não tão grande, mas poderia ter sido maior, se ele não viesse neste dia almoçar em sua casa. Após duas horas que ele havia saído para trabalhar começou a estranhar que não pegara nenhum passageiro, coisa que não lhe acontecia no seu dia a dia. Mas, deixou a preocupação pra lá e achava que as pessoas neste dia resolveram mesmo andar de ônibus ou então a pé ou ficar em casa etc. Então quando entrou em casa lá pelo meio dia para almoçar e já ia contar à sua mulher a sua falta de sorte neste dia, pois até aquele momento nenhum passageiro havia lhe solicitado uma corrida, eis o que ele viu sobre a mesinha da sala: a plaquinha escrita TÁXI que tirara do carro na noite anterior. Sem ela acoplada na parte superior do carro, inegavelmente, não poderia pegar nenhum passageiro, pois como este iria adivinhar que aquele carro era um táxi? Neste caso, só se logo cedo ele se deparasse com algum vizinho ou outro colega de trabalho. Pois um deles poderia até brincar, tirando uma, por exemplo, dizendo assim: “E aí, só de boa?”. Ou então: “Ninguém trabalha mais neste lugar?”.