F R U S T R A Ç Ã O

Da janela eu vejo ela, mas ela não me vê. Sai todas as manhãs para um passeio no parque que fica a alguns quarteirões.

Segura a corrente puxando um cachorrinho e leva uma sacolinha de plástico para alguma necessidade do cãozinho.

Exatamente às sete da manhã inicia a caminhada, voltando lá pelas nove, dez horas.

Sua aparência é nova, deve ter em torno de trinta a trinta e cinco anos, mais ou menos, apesar de usar roupas não compatíveis com o tempo atual.

Não sei onde mora, só vejo quando passa com o animalzinho. Como da minha janela vejo o parque, percebo e até conto quantas voltas dar pela calçada que o circunda.

Pode ser domingo ou feriado, além dos dias comuns, lá está ela andando com seu animal de estimação. Mesmo com chuva dar suas voltas em torno do parque.

Certa manhã não a vi, o que me causou surpresa. O tempo passou e nada da moça com seu cachorrinho. Alguma coisa houve, pensei.

Os dias se passaram e o meu costume de vê-la com o cachorrinho passeando ficou frustrado. Resolvi descer e procurar informações no parque. Fiquei sabendo que o animalzinho havia morrido e sua dona perdera o ânimo de passear no parque.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 19/12/2019
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