A vida pulsa no vidro da janela... (BVIW)
Faz umas semanas que uma lagartinha colorida ficou imóvel no vidro da janela da sala e, aos poucos, um casulo foi substituindo sua forma. Todos os dias, acompanhei com o olhar e fotografias, a imobilidade do casulo em tons claros de marrom e cuidava ao abrir e fechar a janela para que a futura borboleta não fosse interrompida em sua misteriosa metamorfose... AINDA NÃO seria a hora dela desabrochar e voar.
Já senti essa sensação de estar em um casulo, em uma quase imobilidade e impotência de reagir, diante de certos acontecimentos (tratamentos, cirurgias), a solidão noturna, nessa longa pausa e a vontade de voltar às minhas atividades (que eram muitas) passaram a fazer parte do meu dia a dia. De certa forma, entender e aceitar esse tempo necessário para a cura, só foi possível, graças ao Amor e a Gratidão, até, por esse tempo de recolhimento e também pelo carinho que recebi de amigos e amigas especiais...
Cada pessoa, em determinada época da vida, talvez, passe por esse tipo de situação: "casulo físico ou da alma", e que esse período de tempo possa ser suavizado com amor, poesia e com pinceladas de aquarela.
Quanto à lagartinha, na manhã de 16 dezembro, saiu do seu recolhimento: com lindas asas (tênues vitrais) e depois de algumas horas, vou pela janela entreaberta... Amei!