Mentira deslavada - BVIW
Ainda não sei controlar a raiva, aquela que mata o corpo e envenena a alma; neste caso, é preciso domesticar os impulsos, antes que a emoção morda o equilíbrio. E agir como carro desgovernado em precipício, aumenta a estatística de acidentes. Mas como frear a língua, se ainda não aprendi a digerir mentiras? Ainda não sei. Talvez, dirigir sozinha os problemas não seja a solução, e a autoescola da vida não garante habilitação para curvas perigosas. O roubo da verdade ainda não é crime previsto em lei, mas fere a dignidade humana; ninguém merece perder a atenção difusa para concentrar-se em causa perdida. Ainda não entendo a motivação lateral para tamanha crueldade; é muita imprudência. Mentir descaradamente ainda não é informação restrita, e diarreia oral é coisa de presidente. Neste aspecto, não corro o risco de ter um parto auditivo, pois ouvir ainda não significa escutar. Por isso, o autocontrole quebra, foge à regra, e não funciona. Ainda não sei tantas coisas, não fui um terço do que gostaria; mas não julgue-me pela tua boca, tampouco, condene-me pelos seus pecados.