Duas testemunhas de Jeová não me disseram quem é Deus

Nota: Espero que esta história ajude a refletir. Muitos talvez procurem se afastar de mim a partir desta leitura. As reações e interpretações poderão ser diversas. Quem escreve deve estar preparado para não ser compreendido. Talvez alguns ou muitos gostem do que vão ler. Talvez esta história seja útil e frutífera. Não sei! São duas páginas e meia. Você vai ler? Muito obrigado por dedicar uma parte do seu precioso tempo para ler o que escrevo.

Na manhã do dia 18 de dezembro de 2019 (dia em que escrevo este texto), ao chegar a minha casa em Pastos Bons (eu cheguei do Piauí, um dos meus locais de trabalho, graças a Deus), conversei com a minha querida mãe, ela saiu para resolver alguma coisa fora, e eu liguei a televisão da sala de estar para assistir a um telejornal. Em um dos intervalos do telejornal, eu entrei no meu quarto novamente. De repente, escutei alguém chamar. Fui à porta ver quem era. Lá, estava um casal jovem de evangélicos, que eu não conheço.

O homem perguntou se podiam entrar para conversarem um pouco comigo. Eu respondi: “Claro!” Ficamos na sala de entrada (chegada, recepção), o jovem, em pé (errei por não ter oferecido cadeiras ao casal), pegou o celular e começou a dizer que queria falar sobre Deus. Segundo ele (e estava certo), as pessoas precisam da palavra de Deus (concordo). Perguntou se eu já li um pouco da Bíblia, e a minha resposta foi positiva. Ele, então, pelo celular, ia começar a ler um trecho bíblico, quando eu o interrompi e pedi: “Por favor, não leia!” Eu não o deixei ler. Mas eu não faço isso em toda situação. Depende dos casos. A Bíblia é a mais rica, a mais preciosa e a melhor coleção de livros do mundo.

Por algumas características, eu já imaginava, mas, seguindo um conselho do psiquiatra Christophe André (no livro “O Caminho da Sabedoria: conversas entre um monge, um filósofo e um psiquiatra sobre a arte de viver”), eu perguntei de qual igreja o jovem casal faz parte. O psiquiatra mencionado pede que não cometamos o erro de antecipar a resposta do nosso interlocutor (de quem conversa conosco). No meu caso, eu já ia dizendo que eles eram (são) testemunhas de Jeová. Seria uma antecipação de resposta. Portanto, para colocar em prática os bons conselhos dos livros, eu perguntei: "De qual igreja vocês são?” O jovem me respondeu: “Somos testemunhas de Jeová”.

Eu, então, comecei a questioná-lo e aconselhá-lo. Eu disse: “Eu vou lhe dar uns conselhos. Você não me perguntou quem eu sou. Muitos evangélicos, quando vão visitar famílias, não conversam com as pessoas. Não sabem nada sobre a vida das pessoas que estão lhes recebendo. Não sabem do que as pessoas precisam, de quais mensagens ou palavras precisam. Já vão com a mesma mensagem para todas as pessoas, sem saber do que cada pessoa precisa. Você lê aquilo do qual você gosta, mas talvez não seja do que a pessoa precisa. As pessoas têm anseios, problemas. Você deve falar de acordo com a necessidade de cada pessoa”. O jovem interagiu: “Mas toda palavra da Bíblia é boa!”. Eu respondi: “Sim! Mas, se não for uma mensagem que ajude a pessoa na situação em que ela se encontra, a mensagem será inútil. Você falará em vão”.

Eu perguntei ao jovem: “Quem é Deus?” Ele quis ver no celular. Eu disse: “Não! Não olhe no celular! Quem é Deus para você? Busque a resposta dentro de você: quem é Deus para mim?” Eu continuei: “Eu não sou seu amigo, mas vou falar como se fosse seu amigo. Esqueça o que você ouviu dos pastores! Busque saber quem é Deus para você! Pergunte a si mesmo: quem sou eu? O que estou fazendo neste mundo? Qual é a minha missão? O que Deus quer para mim?” E aquele homem não sabia mais o que me dizer.

Eu senti que ele queria chorar; não sei por quê. Seus olhos (gosto de conversar olhando os olhos das pessoas) pareciam lacrimejar. Sua companheira, não sei se esposa, parecia sensibilizada com as minhas palavras. Eu disse ao homem: “Desculpe o que vou lhe dizer agora! Mas você parece um robô. Você parece programado. Você não sabe quem é Deus, nem quem é você. Não sabe dizer quem é Deus. Como você pode falar sobre Deus para as pessoas? Como você pode falar de Deus para as pessoas, se você não sabe quem é Deus?”

Eu ainda afirmei isto: “Você não sabe quem eu sou e vai sair daqui sem saber quem eu sou. Como você pode saber do que preciso, se você não sabe nada sobre mim?”

Ele me perguntou se eu tinha (tenho) Bíblia. Eu respondi: “Sim!” Ele pediu que eu a pegasse. Eu falei: “Fiquem sentados aqui, que eu vou pegar”.

Quando eu voltei do meu quarto, o casal estava me esperando fora da sala de recepção, fora de casa, como se estivesse com medo de mim (mas eu disse tudo com serenidade e com voz suave: é assim que converso no dia a dia). Talvez eles estivessem constrangidos. Eu, com uma postura orgulhosa, reconheço, para me exibir (eu sou orgulhoso; luto para vencer esse orgulho), peguei 6 (seis) Bíblias na minha biblioteca e na cabeceira da minha cama e as levei para mostrar ao casal (uma postura arrogante, ainda que sempre calmo e sereno em tudo o que eu disse). Mas a arrogância também se mostra na serenidade. Eu me analiso. Eu me examino. Infelizmente, o conhecimento produz orgulho. Eis, portanto, a necessidade que todos temos de buscar a sabedoria, que nos faz humildes. Quero chegar a ser humilde. Sem querer justificar, mas já justificando, talvez a confissão do meu orgulho e da minha arrogância seja uma atitude nobre. O leitor julgará. Voltemos, pois, ao assunto!

Ao chegar com as seis Bíblias nas minhas mãos e mostrá-las ao casal, o jovem disse: “Mas eu queria só uma!” A mulher, quando viu tudo aquilo nas minhas mãos, afastou-se mais um pouco. Eu afirmei algo que já havia dito durante a conversa com o casal. Eu disse novamente ao jovem: “Volte para a sua casa! Medite! Estude a Bíblia! Mergulhe em você mesmo e busque saber quem é Deus! Busque saber quem é você! Busque saber quem é Deus para você!”

Muitas mulheres são mais sensatas do que muitos homens. Talvez porque essas mulheres sejam mestras da sensibilidade. A mulher que o acompanhava (não sei se esposa, pareceu), mais afastada do que ele, chamou o jovem e saíram. Não disseram mais nada. Na verdade, falaram pouco.

Eu queria que aquele homem me dissesse quem é Deus sem usar a Bíblia, com suas palavras. No momento em que eu dava conselhos ao jovem, eu pedi desculpa pelo que ia dizer e disse que ele estava programado, que ele era um robô, que falava e fala somente o que já ouviu de outras pessoas, principalmente de pastores. Não sei se ele é pastor.

Há muitas pessoas assim nas diversas igrejas evangélicas e na Igreja Católica: pessoas programadas, robôs, papagaios. Receberam lavagem cerebral. Eu não fico com raiva. Eu tenho compaixão, porque não sabem o que estão fazendo ou dizendo. Estão servindo a interesses, mas não sabem a quais interesses. Não conhecem a Bíblia. Há poucos dias, numa turma de segundo ano do Ensino Médio, eu provei para os alunos dessa turma que eles não conhecem a Bíblia. Eu lhes disse que ia fazer algumas afirmações (avisei), e eles me diriam que aquelas afirmações não se encontram na Bíblia, quando, na verdade, estão. A reação da maioria foi a que eu esperava: a maioria estranhou as afirmações, mas eu disse até em quais versículos está tudo o que eu disse. A maioria das pessoas acredita conhecer a Bíblia, mas não conhece. Você já leu os quatro Evangelhos do início ao fim, ou sabe apenas o que lhe disseram? Você já leu todo o Novo Testamento? Já refletiu sobre os ensinamentos de Jesus?

Existem muitos bons católicos. Existem muitos bons evangélicos. Mas eu tenho certeza de que muitas pessoas receberam uma lavagem cerebral de suas igrejas.

Quem é você? Quem é Deus para você? O que você está fazendo neste mundo? Qual é a sua missão? Eu amo a Bíblia! Eu amo a Deus, o meu Criador! Eu amo Jesus Cristo! O meu nome é Domingos Ivan Barbosa.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 18/12/2019
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T6821747
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