O ANEL DE GIGES

Em uma terra muito distante em séculos mais distantes ainda, havia numa aldeia um pastor, homem integro e respeitado por todos. Todas as manhãs saia com as ovelhas para o pasto e só voltava à tardinha, mesmo em dias chuvosos. Assim era a sua rotina diária. Quando um belo dia desaba uma tempestade, abre-se uma fenda no chão, e o rebanho do pastor é engolido. Ele, Giges, resolve entrar na fenda e encontra no fundo da mesma, uma arca com um cadáver de um gigante, que lhe chama a atenção, pois, o mesmo trazia um anel belíssimo no dedo. Ele pega o anel e coloca em seu dedo, e volta para a assembleia dos pastores, a qual era destinada a preparar o relatório para o rei sobre a situação do rebanho. Então o pastor admirando o anel, percebe que ao virar a pedra do anel para baixo, ele ficava invisível; virando para cima ele voltava a ficar visível. Giges, após descobrir o segredo do anel, torna-se a partir daí, um homem mais frívolo e inescrupuloso. Vai ao palácio, gira o anel e fica invisível, seduz a rainha, assassina o rei e usurpa o trono, iniciando sua longa dinastia. Detendo poder e certo da impunidade, o homem se sente um deus entre os homens: “Nisso, nada o distinguiria do injusto, e tenderiam os dois para o mesmo fim, e poder-se-ia ver nisso uma grande prova de que não se é justo por escolha, mas por constrangimento, visto que não se encara a justiça como um bem individual, pois sempre que se acredita poder ser injusto (sem sofrer represálias ) não se deixa de o ser”. Assim sendo, imagine os bons homens que tenham senso de justiça, por escolha própria, temem ser descobertos e punidos pelas leis de Deus, agiriam com base na justiça, e na moral? O que faríamos nós se tivéssemos um anel destes? Teríamos o senso de justiça e/ou agiríamos como o Giges voluntariamente.

tigre branco
Enviado por tigre branco em 16/12/2019
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