"BEM - VINDO"

Setembro/19. Próximo ao coreto...

Admirado, interroguei : "De onde vem este canto? " Depois de colocar a última pazada de folhas mortas, dentro do balaio. O simpático e incansável Luciano, apontou o dedo em direção a um pequeno grupo de árvores, dizendo ."não viu ainda? " está no meio daquelas árvores". "Onde ? não estou vendo". Ele retrucou, "Nas árvores, lá no pasto. Ainda não conseguiu ver? ". Embora o canto, (diferente e forte), ter cessado. Permaneci, por mais uns instantes. nutria esperança em vê-lo. Contudo percebi, que este fato não constitui novidade aos poucos transeuntes no local.

Como foi a primeira vez que o viram? Flanando de galho em galho das árvores. Presumo, a agradável surpresa ocasionada na maioria dos moradores, principalmente nas criançadas.Comparado a um famoso astro, provavelmente, foi alvo de cliques dos celulares e máquinas fotográficas.

Muito antes, de vigorar a atual e rigorosa norma ambiental. As ruas da cidade era a alegria dos pardais, os céus das andorinhas e pombinhas. Boas lembranças, dos hobbies comuns à maioria dos garotos: as peladas, pescarias e havia os apaixonados passarinheiros.Que por sinal tratavam muito bem dos pássaros aprisionados. Estes, aventuravam-se, para lugares longínquos a fim de “pegar” os considerados “menina dos olhos”, curiós , trinca ferros, melros.

Porém, na minha simples concepção o pássaro mais exótico, “our concour” da cidade desta época , era a araponga da fazendinha .De longe ouvia-se seu canto metálico, altíssimo.

Atualmente, sob a égide da lei, somado às novas mentalidades. Presenciamos, em todos os cantos da cidade,uma profusão de canários, coleiros, sabiás,etc,etc...curtindo a liberdade , Como também,bandos de capivaras nas margens do rio. Agradecemos pelas árvores, que ajudam no tão badalado “sequestro de carbono”.

Após uma longa conversa via áudio, um colega que encontrava-se em outra cidade, perguntou-me se eu estava num sítio.Na realidade falava com ele da cidade,na sala de minha casa.Ele havia ficado impressionado com cantos dos pássaros no fundo do áudio.Foi difícil convencê-lo que os pássaros cantavam nas árvores frutíferas dos quintais e não estavam engaiolados,

Intrigado pelo questionamento ,retornei ao áudio.Ele tinha razão.Às vezes não percebemos , ao redor,a beleza que a natureza nos proporciona gratuitamente. Contudo se este papo, ocorresse no cair da tarde, ficaria inaudível ,é a hora e vez de entrar em ação,as barulhentas maritacas.

Agora sim, consegui vê-lo,da varanda que dá para o quintal.Foi de manhãzinha.Eu os conhecia, somente pelas telas de TV, cinema, jardins zoológicos, revistas e até como símbolo de partido político.E agora ao vivo, separados apenas uns quatro metros.Devido ao seu tamanho, estava meio desengonçado, tentando se equilibrar no topo de um pequeno mamoeiro. Ele havia cortado cirurgicamente o único mamão maduro do pé e o raspou como o fizesse com uma colher. E o mamão continuava ainda seguro pelo pedúnculo. Como assim !!! com aquele enorme bico?.

Foi até engraçado, eu movimentando lentamente a mão em busca do celular. Ele assustado começava a mexer. Bateu as enormes asas ,indo embora num voo rasante,sobre os telhados .Foi pura sorte tirar ainda uma foto dele.Sinceramente.fiquei feliz, ao ver o tucano , com suas penas multicoloridas, ganhar todo espaço, a liberdade, que lhe é de direito.Bem-vindo.

eoliv
Enviado por eoliv em 15/12/2019
Código do texto: T6819822
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