UMA PAUSA, NÃO O FIM

Eles formavam um casal normal como tantos outros. Viveram 28 anos de amor, carinho, companheirismo e dedicação mútua. Tiveram inúmeros momentos de felicidades, compartilharam vitorias e perdas. Eram, acima de tudo, grandes amigos, independente de qualquer situação apresentada.

Após se aposentarem, eles viviam modestamente, dentro do orçamento adquirido ao longo do anos trabalhados, tinham casa própria e um carro. Não precisavam de muito mais, visto que as filhas já estavam casadas e cuidando de suas respectivas famílias.

Em uma noite de fevereiro de 2016, após a hidroginástica que praticavam duas vezes por semana, o senhor sentiu uma forte dor no abdome. Não deu muita importância, pensando ser apenas um acumulo de gases, devido aos movimentos durante o exercício. Chegando em casa, a dor persistia e logo piorou, fazendo com que fosse necessário ir à procura de uma ajuda médica. Ainda na emergência, foi detectada uma situação seria que se desenhava nos exames feitos, o que culminou em uma internação que durou uma semana.

Os meses foram se passando e entre uma internação e outra, veio a confirmação de um diagnóstico terrível: Pancreatite Aguda. Foi um choque para todos. Ele estava muito fraco e com a diabetes descontrolada, o que piorava seu estado geral.

No final de julho, os médicos resolveram fazer uma cirurgia, para tentar melhorar a situação delicada da saúde do paciente. O pós operatório não foi bom e várias complicações surgiram, resultando na falência dos rins e posterior desencarne. Finalizava-se ali, em cinco de agosto de 2016, a agonia daquela família, que estava muito abatida, após aqueles seis longos meses de tratamento da saúde daquele bom senhor.

Restava a viúva, a senhorinha que embora triste pelo desenlace, ficava aliviada por sentir que finalmente seu companheiro de quase três décadas, estava livre de todas as dores, de todas as dolorosas agulhadas diárias, de inúmeros exames, na maioria invasivos. Sua crença na vida pós morte, dava-lhe a certeza de que, agora ele estaria melhor, sem nenhum problema de saúde, voltando para a casa do Pai. Não precisava de uma grande e dolorosa despedida. Seria um até logo. Até breve, até à vista.

Nevinha
Enviado por Nevinha em 13/12/2019
Código do texto: T6818187
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