O TEMPO É CRUEL
Com o passar do tempo, os idosos vão ficando esquecidos, desatentos, pensativos, frágeis, olhar perdido, perde-se ideais, sonhos... quem dá importância para casos contados por um velho? São poucos que ainda param para ouvir as lamúrias, na maioria das vezes repetidas, desses seres que deram tudo de si em prol da família.
A solidão existe nessa fase da vida, dita como “melhor idade”, mesmo que o idoso esteja rodeado de filhos e netos. Nesse aconchegante lar, ele não tem voz ativa. Se fala ou sugere algo, mal é ouvido e mesmo que seja, não tem sua ideia registrada. Todos tem seus problemas e não dão ouvidos para assuntos que não fazem parte daqueles já catalogados como importantes. E assim, entre um desaforo e outro, vários descasos e tantas outras mal respostas, aquele ser que deu todo o seu melhor pelos filhos, vai se deteriorando interna e externamente.
Em países desenvolvidos, um desses, o Japão, a cultura que acumula os idosos, tem significativo peso, entre os mais jovens, que tem nos avós e bisavós, um imenso material de aprendizado que são absorvidos como que assim fossem néctar para a vida. Não é o caso em nossa maravilhosa pátria Amada.