Como Contar uma História?
Não sei se a minha carreira literária é bem sucedida. Não me importa esse detalhe, o que realmente tem valor é que, bem ou mal, gosto de contar histórias.
Pode-se dizer que isso seja um hábito, dizem que é um dom.
Começo a escrever assim, do nada, algo sobre qualquer assunto que no momento me inspire e, com o hábito, tudo pode passar a nos inspirar. Até mesmo o nada. Afinal, o nada não existe. E a partir do ponto em que começamos a pensar sobre o nada podemos escrever sobre ele.
E como uma história começa?
Digamos que escreva: ¨O gato está deitado no tapete.¨ Tudo bem, diriam. é apenas um gato em um tapete. Uma situação absolutamente normal. E como você pode apimentar isso?
Simples. Podemos acrescentar: ¨O gato está deitado no tapete do cachorro!¨ Agora, sim, você tem elementos para começar uma história.
E que tal começar a escrever uma história sobre você mesmo?
A história não precisa começar com você. Digamos que resolva voltar no tempo e descreva uma cena bucólica. Por exemplo:
¨Era verão. O dia estava quente e minha mãe, que não sabia o que a esperava, acabara de comprar um sorvete sentando-se em um banco naquela conhecida praça da cidade. Então, sem que ela percebesse, um cupido desocupado sentou-se em um galho pouco acima da sua cabeça. Fora promovido há pouco tempo e estava aflito para começar bem a vida naquele novo ofício. Foi aí que veio o meu pai. Apressado, precisando chegar logo no trabalho nem reparou na minha mãe. Enquanto olhava no relógio passando por aquele banco em que minha mãe só tinha olhos para o sorvete...¨
Viu?
De repente o seu nascimento pode se encher de encanto. Não sei qual a veia literária que mais te define: amor, terror ou humor. Porém, seja qual for, você pode contar qualquer história inventado o que lhe venha à tona pontuando aqui e ali com nuances de verdade.
Já escrevi contos nos quais as pessoas choravam e lamentavam o meu infortúnio sendo que era tudo mentira.
Noutros, narrei a mais absoluta verdade e os leitores respondiam dizendo: ¨Ótima ficção, mas isso nunca aconteceria de verdade¨.
O que dará charme à sua história será o elemento surpresa, uma ou mais reviravoltas e um final que fuja do lugar comum. Invente, tente, acrescente e reescreva.
Depois da obra pronta, vá eliminando os excessos. Clarice Lispector uma vez afirmou: ¨escreve é cortar¨. Fernando Sabino, outro gênio das letras, dizia: ¨corrijo um texto até perceber que ficou redondo, sem mais nada a cortar¨.
Então, paciência.
Tente. Corte. Reescreva e não se surpreenda se jogar fora um texto porque não serviu. Isso acontece.
Um hábito bom, depois de cumprir um trabalho é deixá-lo descansar uns dias sem o ler. Quando esfriar o seu entusiasmo pela obra, volte a ler. Se ainda achar boa, vá em frente. Publique ou participe de um concurso literário. Mas lembre-se que, pelo menos para mim, escrever é a arte de encantar o leitor.
Boas obras!
Pode-se dizer que isso seja um hábito, dizem que é um dom.
Começo a escrever assim, do nada, algo sobre qualquer assunto que no momento me inspire e, com o hábito, tudo pode passar a nos inspirar. Até mesmo o nada. Afinal, o nada não existe. E a partir do ponto em que começamos a pensar sobre o nada podemos escrever sobre ele.
E como uma história começa?
Digamos que escreva: ¨O gato está deitado no tapete.¨ Tudo bem, diriam. é apenas um gato em um tapete. Uma situação absolutamente normal. E como você pode apimentar isso?
Simples. Podemos acrescentar: ¨O gato está deitado no tapete do cachorro!¨ Agora, sim, você tem elementos para começar uma história.
E que tal começar a escrever uma história sobre você mesmo?
A história não precisa começar com você. Digamos que resolva voltar no tempo e descreva uma cena bucólica. Por exemplo:
¨Era verão. O dia estava quente e minha mãe, que não sabia o que a esperava, acabara de comprar um sorvete sentando-se em um banco naquela conhecida praça da cidade. Então, sem que ela percebesse, um cupido desocupado sentou-se em um galho pouco acima da sua cabeça. Fora promovido há pouco tempo e estava aflito para começar bem a vida naquele novo ofício. Foi aí que veio o meu pai. Apressado, precisando chegar logo no trabalho nem reparou na minha mãe. Enquanto olhava no relógio passando por aquele banco em que minha mãe só tinha olhos para o sorvete...¨
Viu?
De repente o seu nascimento pode se encher de encanto. Não sei qual a veia literária que mais te define: amor, terror ou humor. Porém, seja qual for, você pode contar qualquer história inventado o que lhe venha à tona pontuando aqui e ali com nuances de verdade.
Já escrevi contos nos quais as pessoas choravam e lamentavam o meu infortúnio sendo que era tudo mentira.
Noutros, narrei a mais absoluta verdade e os leitores respondiam dizendo: ¨Ótima ficção, mas isso nunca aconteceria de verdade¨.
O que dará charme à sua história será o elemento surpresa, uma ou mais reviravoltas e um final que fuja do lugar comum. Invente, tente, acrescente e reescreva.
Depois da obra pronta, vá eliminando os excessos. Clarice Lispector uma vez afirmou: ¨escreve é cortar¨. Fernando Sabino, outro gênio das letras, dizia: ¨corrijo um texto até perceber que ficou redondo, sem mais nada a cortar¨.
Então, paciência.
Tente. Corte. Reescreva e não se surpreenda se jogar fora um texto porque não serviu. Isso acontece.
Um hábito bom, depois de cumprir um trabalho é deixá-lo descansar uns dias sem o ler. Quando esfriar o seu entusiasmo pela obra, volte a ler. Se ainda achar boa, vá em frente. Publique ou participe de um concurso literário. Mas lembre-se que, pelo menos para mim, escrever é a arte de encantar o leitor.
Boas obras!