INCOMPATIBILIDADE DE GÊNIO É ISSO.

Pensando bem, nunca é demais ser sincero com uma pessoa que se escolheu para esposa (o), noiva (o), namorada (o) e amiga (a), mesmo nesta escala decrescente, o que não quer dizer nada. Pois, o contrário, a mentira, a falsidade nunca corrobora com a felicidade ou bem-estar de nenhuma pessoa, não importa a circunstância.

Só para emoldurar este ponto de vista, posso citar o caso de um rapaz que conheceu uma jovem numa festa de aniversário e logo depois começou a namorá-la. No primeiro dia em que saiu para passear, ela já demonstrou uma faceta da sua personalidade extrovertida que já chocou o rapaz. À proporção que aquele casal andava pelas ruas do centro da cidade ela fazia questão de olhar, admirar e comentar as vitrines das lojas de roupas ou calçados. Chegou um momento em que ele, ao perceber tanta obsessão pelas novidades, lançamentos neste sentido, perguntou se ela iria fazer alguma compra?

- Por enquanto não, mas quem sabe, num futuro próximo!

Continuaram o passeio. Ele deu a sugestão de um filme. Ela, imediatamente, não concordou. Que tal um lanche? Agora não. Um teatro? Ah, vamos deixar para outra ocasião! E vendo que não conseguia nenhuma concordância, o rapaz resolveu se calar. Ficaram sentados numa praça por alguns minutos, apreciando o movimento e outros casais de namorados se beijando. Fizeram o mesmo, porém muito friamente, sem muito ardor.

Em outro encontro, combinaram assistir a um filme. Quando ela chegou vestindo uma microssaia, o rapaz ficou admirado e pelo seu olhar, ela logo perguntou:

- O que foi que está olhando assustado para mim? Não gostou da minha roupa?

- Que roupa? – Ironizou o namorado, dando entender que aquela saia que ela estava usando estava muito curta.

- Nada que eu faço, uso ou falo agrada você. Assim não vai dar certo – choromingou a jovem, fazendo-se de rogada, ofendida. Só fingindo.

Mesmo assim, assistiram ao filme combinado e durante a sessão, apesar de ter reclamado da minissaia da namorada, até que ele gostou do passeio que ele pelas pernas dela que também não reclamou. Após alguns meses, num encontro em uma festa de casamento, a casa caiu. Ao chegar um pouco atrasado, logo percebeu a namoradinha toda faceira conversando com alguns rapazes. Fingiu que não o viu. E não demorou, começou até dançar com um deles. A estas alturas ela já sabia que o seu namorado estava na área. Este, sentindo-se magoado, preterido, esperou a música parar e logo depois a chamou para conversar num lugar reservado e aí, como se costuma dizer, soltou os cachorros. Mas, numa boa. Foi curto e grosso:

- Foi numa festa em que a conheci e agora, noutra festa estou lhe perdendo. Foi um prazer conhecê-la. Pode voltar para dançar!

E assim, com uma conversa sincera, o rapaz dispensou aquela jovem do seu relacionamento. Ninguém chorou ninguém ficou ofendido com esta atitude. Cada uma seguiu o seu caminho à procura de um parceiro que não tivesse tanta incompatibilidade de gênio.