Parar? Jamais
Um poeta não devia escrever nos tempos de amargura, mas parece que justamente nessas horas é que a inspiração lhe faz companhia.Alguns de maneira sutil varrem esse momento para debaixo do tapete e da inspiração que lhe é apresentada modificam-na transformando suas lágrimas de sofrimento em sorrisos de alegria. Deixando até mesmo de se importar com o próprio coração em detrimento de tantos corações que compartilharão com a tal inventada alegria.
Entretanto, hoje eu resolvi externar minha amargura.
Quem sabe assim consigo exorcizar minha alma.
Só em pensar já me sinto melhor, e nesse instante já posso garantir que grande parte dela foi exorcizada, faltando apenas algo que se esconde pela sua periferia, mas que, com certeza, vou chegar lá.
Jamais imaginei que uma doença pudesse devastar o que se tem de melhor, alegria e esperança, mas infelizmente fui apresentado em 07/2016 a essa coisa chamada Câncer e confesso que não gostei nem um pouco de me familiarizar com ele. Entretanto, não posso deixar que a minha inspiração seja abatida, por isso tentarei não esmorecer, pois o palco da vida ainda não desceu a cortina.
Com apoio e incentivo da minha mulher e dos filhos parti para a luta.
Em 10/2017 operei o safado do tumor maligno que se alojou na Próstata.
O Câncer já estava se alastrando (foram encontrados cinco Linfonodos na periferia) então em 01/2018 comecei o tratamento para conter a doença.
Uma injeção na barriga a cada dois meses e meio para manter o PSA baixo e quatro comprimidos diários de Acetato de Abiraterona para secar os Linfonodos e evitar a metástase que se iniciara. Tudo isso durante três anos.
Afastado o perigo da doença e com o astral nas alturas voltei a escrever para alimentar meu Espírito e alegrar aqueles que me lerem.
03/02/2018
Hoje a bendita doença está praticamente nula, mas continuarei o tratamento até junho de 2020.
02/11/2019
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