O fígado e o tempo.
É um pouco de neurose tentar organizar tudo à nossa volta. Um pouco de conservadorismo também. É preciso deixar a alma livre, fugir de vez em quando, até de si mesmo. Escrever é apenas mais um trabalho impossível. Todos os grandes escritores estão mortos. A letra morre quando escrita.
Renasce depois na mente do leitor. Nunca da forma em que o autor realmente quis dizer. Até por que na maioria das vezes estamos confusos e fingimos certeza.
Trilhamos o caminho até o fim com sorrisos amarelados e lampejos de alegria ocasionais. Falamos mal do tédio, mas não suportamos a ideia do caos como regra.
Inventamos ciências, religiões, artes... Tudo numa tentativa de deixar nossa marca mesquinha num futuro breve em que não existiremos mais.
Enfim.