O fígado e o tempo.

É um pouco de neurose tentar organizar tudo à nossa volta. Um pouco de conservadorismo também. É preciso deixar a alma livre, fugir de vez em quando, até de si mesmo. Escrever é apenas mais um trabalho impossível. Todos os grandes escritores estão mortos. A letra morre quando escrita.

Renasce depois na mente do leitor. Nunca da forma em que o autor realmente quis dizer. Até por que na maioria das vezes estamos confusos e fingimos certeza.

Trilhamos o caminho até o fim com sorrisos amarelados e lampejos de alegria ocasionais. Falamos mal do tédio, mas não suportamos a ideia do caos como regra.

Inventamos ciências, religiões, artes... Tudo numa tentativa de deixar nossa marca mesquinha num futuro breve em que não existiremos mais.

Enfim.

Rodrigo Margini
Enviado por Rodrigo Margini em 05/12/2019
Código do texto: T6811475
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