Um gosto de caramelo com um cheiro de jasmim

Um telhado desbotado, sequinho,

Todo sapé.

Paredes feitas de chão,

Pisado, bem amassado!

A taipa, cor do sertão.

Um gosto de caramelo,

Brancas, eram as flores jasmim.

Rosas de variadas cores,

Boninas e outras flores.

O quintal banhava-se em olores!

Um pequeno rio circundava o terreno

A agua era límpida e transparente

O riacho não tinha cheiro de esgoto!

Os peixes não morriam com o bucho cheio

De polietileno!

A cozinha era um fogão tisnado,

A lenha, madeira morte em brasa viva!

As labaredas lambiam a chaleira

E o cheirinho peculiar do café

Despertava os sentidos.

Os insetos, importantes e essenciais a natureza,

Não morriam impregnados de substancias toxicas!

As abelhas produziam o mais puro mel!

Os pássaros e os meninos saboreavam as frutas,

As plantas não tinham venenos!

Ele tinha um arco íris nas penas,

O velho dono do terreiro,

De vez em quando, cismava do gavião!

Abria e batia as asas, cucuritava,

Alertava o galinheiro!

As pessoas dormiam tranquilas

O sossego, era o barulho mais frequente

A paz, era a lei e o bem maior a todos nós!

Os estampidos das balas, nos novos dias,

Não acordavam as pessoas!

Elas despertavam com o cantar dos galos.

A chuva deitava-se nas costas da serra

Os pingos quebravam-se nas folhas

Se espalhando, com o vento,

Sobre as belezas dos quintais!

Nos assávamos milho verde

E contávamos estórias.

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 04/12/2019
Código do texto: T6810597
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