Lençol de elástico
Cá estou, tentando dobrar um lençol de elástico que deixei secar por demais ao sol. Entre uma atividade e outra, acabei por esquecê-lo (o dia todo numa temperatura de 32 graus celsius e sensação térmica de 40). Repuxo daqui, estico dali e já vou logo perdendo a paciência, e ele, como quem soubesse da minha inabilidade, meio que se joga no chão como se fosse uma mola (propulsora de ódio) e me coloca de joelhos diante dele como se fosse um rei, aliás, no papel de cobrir o colchão e causar sensação de aconchego, ele é soberano. Quem não gosta de um fio 300 cheirando à flor de lavanda, tão liso que faz escorregar aos dedos dos pés como se fosse um pincel livre?
Mas, enfim, de toda ação ou omissão uma lição (a rima é proposital): há muito “tipo lençol de elástico” vagando nesse espaço sideral. Pra uma envergadura simples é necessária a utilização de uma força centrípeta de propulsão à jato, complicado não? Se esticar demais, pula. Se esticar de menos, salta. Tem que ir com calma, juntar os quatros cantos em afundo, utilizar uma superfície plana para aplainar as partes, dobrar primeiro a parte franzida, para enfim chegar ao ápice, tornando-o um quadrado perfeito por fora, mas invariavelmente, imperfeito por dentro. Semelhanças à parte, queria mesmo era falar de futebol, porque o Flamengo anda deixando até torcedor contrário de boca aberta, e também de reforma política, mas a “cabeça de bacalhau” não gera bônus, esquerda e direita + a Rede Globo geram mais IBOPE que a Economia e a Corrupção e a alternância de poder ora sadia é salutar, agora é uma espécie de obrigação de viver, sem méritos e por aí vai... E pra terminar, dica para os intolerantes: um bom exercício é dobrar lençóis de elástico, pra compreender que autocontrole é tudo! Enrolei essa “budega” como se saco fosse e espremi no armário, e que a Tia Lu volte logo, porque esse já é o terceiro... Faça o que eu falo, mas não o que faço. Zerei!