Rio Caracol
“O Rio Caracol descendo a serra, vai jaguariar; leva, meu rio leva, leva minhas mágoas para o mar”.
Escrevi este fragmento, que pretende ser música – e há o ritmo, claro, mas fica subentendido - há alguns anos. Ah esse rio!
Rio que há em mim, que era, em minha infância, um rio mar. O rio do meu pai, que pescava ali lambaris e mães-rosas, bagres pós chuvaradas; rio que, retido, teve diminuída sua vazão, mas perdura seu charme, seu brilho único pois que repousa no passado.
Esse rio que aflora na serra, molha a terra, corre livre revoluteia nas pedras, abstrai-se como num sonho e se espraia em torno de mim.