Igualdade e literatura
A peça O Mercador de Veneza é o tipo de trama feita para todos os tempos. Ainda hoje é atualíssima, com temas que permanecem relevantes, como discriminação racial, intolerância, feminismo e violência.
Todo mundo, ou quase todo mundo no Brasil diz ser a favor da democracia. Mas se perguntarmos o que é demcocracia quase ninguém saberá defini-la. Ou, se formos além e analisarmos os discursos dos democratas, parece que inventaram um novo conceito de democracia.
Falar em democracia é antes de tudo, defender a igualdade, tratando os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdades. Democracia é liberdade de expressão e pluralismo de ideias.
Quem é cristão não pode esquecer-se que a parábola do samaritano não é fábula, mas o maior preceito para quem for seu seguidor. Não importa se o outro é ateu, judeu, seguidor de religião africana ou espírita.
Reli O Mercador de Veneza, uma peça que trata de temas como vingança, amizade, interesse, tolerância religiosa e feminismo. Nos leva a questionar sobre as atitudes e princípios morais dos personagens, pois em Shakespeare a arte imita a vida literalmente. Será se o desprezo de Antônio por Shylock é compreensível? O desejo de vingança do judeu é justificável? E o objetivo de Bassânio de se casar com uma mulher rica é digno?
O pape-chave na trama é desempenhado por uma mulher, mas ela precisa se passar por homem, o que nos leva à muitas reflexões quanto ao papel da mulher na sociedade.
Em breve síntese, na peça, o nobre Bassânio está falido e precisa de dinheiro para viajar e conquistar Pórcia, uma rica e bela herdeira. A fim de ajudar o amigo, o comerciante Antônio pede um empréstimo a Shylock, um agiota judeu. Shylock aceita fazer o acordo, desde que os rapazes concordem com uma proposta insólita: se o pagamento não acontecer como combinado, Antônio terá de quitar a dívida com uma libra de carne do próprio corpo! Shylock vê nessa negociação a chance de se vingar de Antônio, que várias vezes o ofendera por sua origem judaica. Como o mercador não consegue honrar seu compromisso, o caso vai parar no tribunal. Para defender Antônio, Pórcia se disfarça de advogado e acaba encontrando uma solução surpreendente!
O trecho abaixo serve como ponto de partida para uma reflexão sobre o preconceito, seja contra judeus, negros, índios ou mulheres. A cena que se eternizou (foi brilhantemente inserida na série "O Pai ó" com relação ao negros, com Lázaro Ramos e Wagner Moura) é essa de quando Bassânio vai explicar ao Tribunal que ele é igual a qualquer cristão, por que ele teria que agir diferente se são tão iguais?
"Sou um judeu. Então um judeu não possui olhos? Um judeu não possui mãos, órgãos, dimensões, sentidos, afeições, paixões? Não é alimentado pelos mesmos alimentos, ferido com as mesmas armas, sujeito às mesmas doenças, curado pelos mesmos meios, aquecido e esfriado pelo mesmo verão e pelo mesmo inverno que um cristão? Se nos picais, não sangramos? Se nos fazeis cócegas, não rimos? Se nos envenenais, não morremos? E se vós nos ultrajais, não nos vingamos?"
A pergunta que se faz é? Por que os negros, judeus, mulheres ou índios, teriam que agir diferentemente dos brancos? Por que nas mesmas situações não fariam as mesmas coisas que os brancos? São questões para se refletir sobre igualdade. Por que achamos estranho um negro atacar seu próprio povo? Por que ele teria que ser diferente dos brancos? Será que não é porque ainda achamos que eles são diferentes?
Esse é o cerne da questão para quem critica a ambiguidade de Zumbi, ou ainda, o comércio de escravos africanos praticados por negros. Eles são tão iguais, mas tão iguais, que não poderia ser diferente. Como justificar a inferioridade de um em relação ao outro, se o que nos move é a igualdade?
A discriminação que se busca combater é o racismo estrutural, que impede o crescimento. Que cria no imaginário popular determinados conceitos, como ser a mulher inferior ao homem por causa de diferenças biológicas, o índio preguiçoso, o negro inferior por causa da cor da pele e os judeus mercenários.
O percentual de crescimento de pessoas antissemitas no Brasil é assustador. Menosprezar a escravidão ou o holocausto é retrocesso humano e não político. É a humanidade demonstrando que está indo de ladeira abaixo. O ataque covarde a judeus no sul é inaceitável sob qualquer contexto. Ser Cristão é vê cristo num judeu, num negro ou num indio. Amar o próximo entendo ser o maior mandamento.
Por outro lado, também não se pode apoiar falas como de um cineastra de que em todos os seus filmes só contrataria negros. Embora não exista raciscmo reverso, isso não contribui em nada para a igualdade entre as pessoas.
O ser humano não passa de um animal predador. Foi assim ao longo da história. Destruindo tudo à sua volta, inclusive, o meio ambiente. Assim, não somos nem anjos nem demónios, apenas humanos - demasiadamente humanos - e por isso, iguais em tudo - no bom e no ruim.
Todo mundo, ou quase todo mundo no Brasil diz ser a favor da democracia. Mas se perguntarmos o que é demcocracia quase ninguém saberá defini-la. Ou, se formos além e analisarmos os discursos dos democratas, parece que inventaram um novo conceito de democracia.
Falar em democracia é antes de tudo, defender a igualdade, tratando os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdades. Democracia é liberdade de expressão e pluralismo de ideias.
Quem é cristão não pode esquecer-se que a parábola do samaritano não é fábula, mas o maior preceito para quem for seu seguidor. Não importa se o outro é ateu, judeu, seguidor de religião africana ou espírita.
Reli O Mercador de Veneza, uma peça que trata de temas como vingança, amizade, interesse, tolerância religiosa e feminismo. Nos leva a questionar sobre as atitudes e princípios morais dos personagens, pois em Shakespeare a arte imita a vida literalmente. Será se o desprezo de Antônio por Shylock é compreensível? O desejo de vingança do judeu é justificável? E o objetivo de Bassânio de se casar com uma mulher rica é digno?
O pape-chave na trama é desempenhado por uma mulher, mas ela precisa se passar por homem, o que nos leva à muitas reflexões quanto ao papel da mulher na sociedade.
Em breve síntese, na peça, o nobre Bassânio está falido e precisa de dinheiro para viajar e conquistar Pórcia, uma rica e bela herdeira. A fim de ajudar o amigo, o comerciante Antônio pede um empréstimo a Shylock, um agiota judeu. Shylock aceita fazer o acordo, desde que os rapazes concordem com uma proposta insólita: se o pagamento não acontecer como combinado, Antônio terá de quitar a dívida com uma libra de carne do próprio corpo! Shylock vê nessa negociação a chance de se vingar de Antônio, que várias vezes o ofendera por sua origem judaica. Como o mercador não consegue honrar seu compromisso, o caso vai parar no tribunal. Para defender Antônio, Pórcia se disfarça de advogado e acaba encontrando uma solução surpreendente!
O trecho abaixo serve como ponto de partida para uma reflexão sobre o preconceito, seja contra judeus, negros, índios ou mulheres. A cena que se eternizou (foi brilhantemente inserida na série "O Pai ó" com relação ao negros, com Lázaro Ramos e Wagner Moura) é essa de quando Bassânio vai explicar ao Tribunal que ele é igual a qualquer cristão, por que ele teria que agir diferente se são tão iguais?
"Sou um judeu. Então um judeu não possui olhos? Um judeu não possui mãos, órgãos, dimensões, sentidos, afeições, paixões? Não é alimentado pelos mesmos alimentos, ferido com as mesmas armas, sujeito às mesmas doenças, curado pelos mesmos meios, aquecido e esfriado pelo mesmo verão e pelo mesmo inverno que um cristão? Se nos picais, não sangramos? Se nos fazeis cócegas, não rimos? Se nos envenenais, não morremos? E se vós nos ultrajais, não nos vingamos?"
A pergunta que se faz é? Por que os negros, judeus, mulheres ou índios, teriam que agir diferentemente dos brancos? Por que nas mesmas situações não fariam as mesmas coisas que os brancos? São questões para se refletir sobre igualdade. Por que achamos estranho um negro atacar seu próprio povo? Por que ele teria que ser diferente dos brancos? Será que não é porque ainda achamos que eles são diferentes?
Esse é o cerne da questão para quem critica a ambiguidade de Zumbi, ou ainda, o comércio de escravos africanos praticados por negros. Eles são tão iguais, mas tão iguais, que não poderia ser diferente. Como justificar a inferioridade de um em relação ao outro, se o que nos move é a igualdade?
A discriminação que se busca combater é o racismo estrutural, que impede o crescimento. Que cria no imaginário popular determinados conceitos, como ser a mulher inferior ao homem por causa de diferenças biológicas, o índio preguiçoso, o negro inferior por causa da cor da pele e os judeus mercenários.
O percentual de crescimento de pessoas antissemitas no Brasil é assustador. Menosprezar a escravidão ou o holocausto é retrocesso humano e não político. É a humanidade demonstrando que está indo de ladeira abaixo. O ataque covarde a judeus no sul é inaceitável sob qualquer contexto. Ser Cristão é vê cristo num judeu, num negro ou num indio. Amar o próximo entendo ser o maior mandamento.
Por outro lado, também não se pode apoiar falas como de um cineastra de que em todos os seus filmes só contrataria negros. Embora não exista raciscmo reverso, isso não contribui em nada para a igualdade entre as pessoas.
O ser humano não passa de um animal predador. Foi assim ao longo da história. Destruindo tudo à sua volta, inclusive, o meio ambiente. Assim, não somos nem anjos nem demónios, apenas humanos - demasiadamente humanos - e por isso, iguais em tudo - no bom e no ruim.