NECESSIDADES, ORA NECESSIDADES...


O psicólogo norte-americano Abraham Maslow (1908-1970), autor da Teoria das Necessidades Humanas, mais conhecida como a Pirâmide de Maslow, (vide quadro abaixo) desenvolveu um estudo com o intuito de demonstrar, de forma hierárquica, as diferentes necessidades que nós, os seres humanos, teríamos durante nossa curta passagem aqui pelo planeta Terra.

No estudo desenvolvido por esse psicólogo, ele afirmou que na base da pirâmide estão as necessidades mais urgentes, relacionadas às nossas necessidades fisiológicas. Já no topo, estão as realizações pessoais.

De acordo com suas convicções, as pessoas só perseguirão suas realizações pessoais depois de resolver as necessidades relacionadas à fisiologia, segurança, amor/relacionamento e estima.


Pirâmide de Maslow: o que é e por que você precisa conhecê la
 
Analisando as diversas fases dessa pirâmide, desde a sua base até o topo, é importante frisar que esta teoria fora desenvolvida na década de 50 do século XX, e hoje, ao nos aproximarmos do fim da segunda década do século XXI, mais de meio século já se passou e parece que nós ainda estamos na estaca zero.

De lá para cá, e nesse curto espaço de tempo, é sabido que o homem já esteve na Lua. Na área do esportivo coletivo chamado futebol, o Brasil de Pelé, Garrincha, Rivelino, Romário e Ronaldo o Fenômeno, já conseguiu ser pentacampeão mundial, isso em pouco mais de trinta anos, mas de lá para cá, nunca mais.

Até a Argentina, nosso país irmão, foi campeã duas vezes, mesmo com um gol de mão do “hermano” Diego Maradona em uma das duas edições, mas ela também de lá para cá, nunca mais conseguiu um título de grande expressão. Alguns times de futebol brasileiro já foram campeões mundiais de clubes, outros ainda não.

Na música, tivemos The Beatles, Tonico e Tinoco, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, The Fevers, Renato e seus Blue Caps, a Jovem Guarda brasileira como um todo, Chitãozinho e Chororó, Zezé di Camargo e Luciano, entre outros.

Na política partidária, convivemos com um longo período de governo de exceção, seguido de alguns anos de inflação e até de democracia plena, mas há prenúncios que esses tempos de altos e baixos já estão voltando.

Nesse período passado de política partidária vivido e de incertezas, sofrido, vivemos os grandes momentos dos pedidos de “Diretas Já”, brigando pela volta da democracia e a atuação dos jovens “caras pintadas”, cobrando “impeachment” para certo “homem do povo” na esfera presidencial. 

Outrossim, já convivemos com diversos períodos de “batimentos de panelas” nas ruas, desta feita tentando resgatar a justiça e visando, principalmente, à punição de “homens do povo” corruptos e, por incrível que pareça, pouco conseguimos. Muitos desses “homens do povo” ainda estão  por aí, fugindo da justiça como o diabo foge da cruz.

Concorremos para a saída de governantes que governaram mal e lutamos para a chegada de outros que prometeram que iriam governar bem, mas parece que a maioria continua a fazer também o “famoso” gesto de arma de fogo com os dedos polegar e indicador de uma e/ou de ambas as mãos, dando aquela impressão que estamos a atirar nos próprios pés.

Sem entrar muito no mérito do estudo que o psicólogo americano fez na sua época, dá até para pensar que evoluímos bastante em termos de tecnologia em geral, política partidária e econômica, comunicação intrapessoal e nas comunicações diárias nas redes sociais, etc. e tal, mas a verdade nua e crua é que continuamos “sonhando acordados”, alguns com a barriga e o bolso vazios, e ainda pensamos mais com coração do que com a razão, como fizeram antes nossos pais e avós...