Reveillon fora de época
O espetáculo pirotécnico de Copacabana mexe demais com quem já teve a experiência in loco como expectador na festa de réveillon.O céu tomado por um clarão magnífico capaz de causar fascínio em turista estrangeiros e pessoas de outros estados brasileiros.Fiz essa explanação inicial para tentar esmiuçar um 'fenômeno'(desculpe o exagero) que tornou recorrente em vários bairros cariocas - os showzinhos personalizados capitaneado por fogueteiros amadores - , uma prática usual entre torcedores mais fanáticos pelos times de futebol.
A emoção de presenciar um festa de ano novo com aquelas toneladas de fogos de artifício foi tanta que eles resolveram adaptar em proporções extraordinariamente menores tal evento às suas realidades locais.Dai, acredito que se originou a estrupilia de lanca-los sobre o espaço urbano inadequado: geralmente do meio rua ou da laje de casa.
No entendimento desses aspirantes a fogueteiros, não basta apenas extravasar a tensão do jogo através de gritos,gestos tresloucados ou até mesmo um bocado de palavrões; faz mister manifesta seus 'arroubos de comemoração' de modo mais temerário o qual lhes convier no momento a seus bel-prazeres.
Se há crianças brincando ,idosos conversando no portão ou animais de estimação pelos arredores...Ah para que se preocupar! Afinal no auge do ego ,os adeptos de tais ritos se autointitulam experts nessa matéria.E assim, sequer consegue ter a dimensão da aflição das famílias cujos membros, pelo menos alguns deles foram feridos por restos de explosivos ,fagulhas advindos dos ares; haja vista existirem também pessoas com verdadeira fobia a acontecimentos relacionados justamente a histórico traumático com estrondos peculiares e acidentes causados pelos artefatos de fogo.
E qual o simples mortal teria a petulância de adverti-los, questionar-lhes os riscos da arte(mania) de ser 'fogueteiro amador' ?
E o mesmo que pedir para ser alvo de insultos, pois essas criaturas 'detentoras da razão' inflamados por mais um triunfo de seu time , querem a qualquer custo que os céu seja testemunha de sua "alegrias contagiantes". Então, resta-nos torcer para que os anjos da guarda de cada moradores do bairro onde resido e em tantos outros, estejam sempre de plantão. Isso porque aos olhos desses torcedores é um ato tão inofensivo como as brincadeiras de soprar bolhas de sabão pelo ar. A fim de não nos aborrecermos com fatos temerários é melhor imaginarmos que eles compraram os fogos de artifício com o propósito único de ajudar aqueles vendedores ambulantes mais necessitados(desempregados) arrimos de família, os quais por ventura cruzaram seu itinerario.
Caro leitores, vocês hão de concordar comigo: é tão corriqueiro quanto encontrar comerciantes de artefatos explosivos quantos os que vendem chicletes, drops de balas próximos aos semáforos espalhados pela cidade, não é mesmo?
Definitivamente, o foguetório de passagem de ano tomou conta do imaginário coletivo ,sobretudo dos entusiastas futebolísticas ,por isso o afã de reproduzir uma 'festa' reveillonista fora de época, claro numa versão modestíssima, mas capaz de satisfazer seus caprichos imediatos.