Nem sempre o que o berço dá,a tumba o leva!

Nem sempre o que o berço dá a tumba o leva!

Qualquer semelhança com a realidade

pode não ser pura coincidência.

Era um domingo. Sem nuvens, o sol brilhava aquecendo com

seus raios brilhantes aqueles dias de fim de Outono.

Feliz,aquela família descendente de antiga nobreza,Hoje transformada

no que se pode chamar de classe alta.

Seis,eram seis as pessoas que compunham aquela mesa, naquele que era dos mais luxuosos restaurantes,o luxo e o requinte mantinham-se como em tempos idos.

Os mais velhos certamente avós,agradeciam com vénia a quem os servia,a classe dos que serviam não diferia daqueles que eram servidos.

O casal dos mais velhos mostrava nobreza nos mais ínfimos pormenores,sem exibir o luxo,a simplicidade dos actos,mostrava a nobreza da alma.

Os filhos, classe alta, bem colocados na vida, exibiam luxo, orgulho da posição que tinham na alta sociedade. No entanto notava-se a diferença. Quem os servia, não eram tratados com a mesma simplicidade dos mais velhos. Notava-se mais arrogãncia, mais superioridade, mais novo riquismo quando eram servidos.

Mas via-se notava-se em todos o cuidado, a educação que receberam, sem deixar de ser notada a diferença das juventudes passadas, da educação recebida, no diferente tempo em que viveram a sua juventude, a casa paterna.

Conversavam ; apenas um leve som que mal se fazia ouvir. Aquele salão respirava nobreza antiga neste agora majestoso restaurante.

Os dois mais novos,meninos mimados,nada lhe faltava,nada lhes era negado,não olhavam para os pais, tão pouco para os avós. Para eles, naquele momento,pouco lhes interessava o luxo do salão, o requinte do serviço, ou tão pouco a soberba qualidade do que era servido. Não lhes interessavam os mais finos cristais os magníficos candelabros,os tocheiros á moda antiga, o ambiente fidalgo que se sentia em cada gesto em cada palavra sussurrada,nada lhes dizia,nada lhe interessava.

Com uma mão comiam sem ver, não falavam,não olhavam para nada, os avós ou os pais naqueles momentos não existiam. Naqueles momentos,olhos fixos em dois pequeninos aparelhos electrónicos,eram o seu mundo.Que lhes interessava a nobreza do sangue que lhes corria nas veias? que lhes interessava tudo que os rodeava? Nada!

O seu mundo eram aquelas pequeninas máquinas,aquele era seu mundo,com uma mão comiam com outra gestos que só eles entendiam. Nem uma palavra,nem um olhar Nada.Nada era mesmo nada aquilo que sentiam que se vivia naquela mesa.

Os mais velhos,sentia-se via-se a tristeza no seu rosto,no seu olhar triste,escondiam-se as lágrimas do seu coração, a tristeza da alma; Diziam para si. Nem sempre aquilo que o berço dá a tumba o leva!

Aquilo que o berço lhe deu, perdeu-se pelo caminho!

Quo Vadis
Enviado por Quo Vadis em 29/11/2019
Reeditado em 29/11/2019
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