O PESSIMISMO PERSONIFICADO
Não é por falar mal, mas até o semblante daquele rapaz já é uma prova autêntica de pessimismo. Isto sem ele nem precisar abrir a boca para falar nada, diga-se de passagem. Estou me referindo a um colega de trabalho. Ele pode ter outras qualidades, porém ficam sempre ocultas no seu âmago, porém só procura estampar um pessimismo sarcástico que quase ninguém suporta. Ninguém sabe distinguir quando ele fala sério ou não. Por este motivo ele nunca é bem-vindo às nossas conversas e bate-papo. O que acontece na prática é mais ou menos o seguinte: quando se fala que determinado filme é bom, não é necessário ele concordar, mas antes mesmo de se expor qualquer comentário, ele já balança logo a sua cabeça negativamente e em seguida fala que é uma droga ou péssimo. E o que é pior é que nem justifica. E assim, sucessivamente. Às vezes, já pensamos até que ele age assim propositadamente, ou seja, só para saber qual é a nossa reação. Se for isto mesmo, simplesmente, ele está cavando a própria sepultura, pois conforme o tempo for passando, ele certamente, ficará cada vez mais isolado do nosso relacionamento. E o que é mais lamentável é que fazemos isto sem nenhuma maldade ou raiva do dito cujo. Já tentamos alertá-lo, ajudá-lo de alguma forma, só que ele não demonstra nenhum interesse em melhorar. Certo dia teve um colega que quis tirar a prova dos nove com ele, ou seja, quase se ofereceu para ir com ele à sua casa e lá tirar a dúvida se neste seu outro ambiente ele agiria de modo diferente da empresa. Em pouco tempo, o nosso colega chegou à conclusão que na família dele, aquele rapaz agia da mesma maneira que em nosso meio. Fim de papo. Sem chance. Ficou ratificado que ele nasceu mesmo para contrariar qualquer pessoa, colega de trabalho, familiar, vizinho ou não. Ou seja, era considerado uma pessoa fútil e ele sabia disso, mas ignorava totalmente qualquer tipo de crítica.