Discurso da inversão
Naquela manhã de novembro, em plena estação da Sé, em São Paulo, eu me lembrei de Eduardo Galeano e sua fina capacidade de perceber, no cotidiano, o “mundo às avessas”.
Trem lotado, empurra-empurra, uma lógica de transporte que joga todo mundo no centro da cidade, condições terríveis e o sistema de som que anuncia: “Os trens estão circulando em velocidade reduzida e com maior tempo de parada por causa do excesso de usuários nas plataformas”.
O problema, então, são os passageiros... Eis que a vítima se torna o culpado.