A rainha do tráfico - BVIW
Confesso que não sou telespectadora de novelas ou série, e não tenho paciência para dramas mexicanos. Nada contra! E, quando assistia, gostava de observar o modo de reprodução social, num contexto plural. Mas como o desafio pede uma temática televisiva, cito, a série – A rainha do tráfico, onde a personagem central, é uma mulher mexicana, bonita, sedutora, inteligente e perigosa. Na trama, o namorado é morto pelo grupo rival, pois é um traficante em ascensão de carreira. Pasmem! A partir daí, ela descobre que também está na mira deles e foge para proteger-se. Com o desenrolar do enredo, ela assume os negócios do companheiro, expande o mercado nacional e passa a comercializar em outras fronteiras. Em pouco tempo, domina toda a América do Sul, do Norte, Europa, Ásia e África. Acumulando riqueza, fama e inimigos. De frágil e doce criatura, transforma-se na mulher mais durona, impiedosa e temível do tráfico de drogas. Os homens mais poderosos caiam aos seus pés; chamava a atenção de muita gente, e das agências de inteligência e das forças policiais, muito mais. A referida série faz apologia ao tráfico de narcóticos; desvirtua o caráter geral das polícias; inverte os valores morais e éticos, e cria no público a ilusão dos contos de fadas, quando transforma a bandida, em mocinha. O lado mais perverso da série, é a sensação do pseudoempoderamento feminino, numa linha sucessória de crimes.