AS NOVAS DONAS DO PEDAÇO - BVIW
Acaba uma novela e começa outra. Acaba uma fantasiosa com mais erros que acertos e começa outra onde a vida é a principal vilã. O primeiro capítulo já me arrancou lágrimas. Dramas que emocionam fazem o coração chorar junto ao outro. Quem sabe o coração da gente chora por que precisa. A novela começou realçando a periferia, com sua pressa e selvageria. Quem quiser glamour que procure em filme americano. Essa veio para ressuscitar prantos ou para mostrar que os problemas que temos, quando menores possuem soluções singulares. Vamos para a novela das seis? Éramos seis. Tão leve e encantadora. E o que há de rebuliço é inspirado nas moças deste século. É envolvente o núcleo do interior, onde atores, acostumados a comédia dão tanta graça aos personagens. Essa novela é um colírio do tipo que desejamos que nunca acabe. Até ao abordar maldades, a forma é serena. A das sete tem um compromisso com os livros e com o mundo editorial. Equalizam a literatura e a realidade, mas fica bem distinto o espaço e o tempo de cada um. Paixões ou casamentos no início se destinam ao fracasso. Ninguém se casou e as paixões vem sendo arrastadas com poesia, canto e graça. O núcleo afro descendente aparece com naturalidade e com grande protagonismo. Não passa a ideia de inserção por obrigação. Quanto a novela que se foi; passou da hora das mães serem as donas do pedaço.
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