Velórios, comícios e casamentos



 
As coisas mais tristes e cômicas que se possa imaginar costumam acontecer em velórios, casamentos e comícios. Há uns dois anos, uma convidada, buscando uma selfie perfeita da entrada da noiva na igreja, derrubou metade da decoração dos bancos. Foi hilário! A noiva entrando na igreja e os enfeitos  sendo arrastado pela louca da selfie. O casamento pode até acabar, mas a cena será eterna.

Noutro casamento, o padre resolveu fazer uma metáfora entre o simbolismo de unir as mãos e o ato sexual, disse que além das mãos dos noivos, que se uniam ao colocar as alianças, mais tarde, outras partes do corpo do casal iriam se unir. Qual a necessidade disso? Eles já sabiam, rs.

Um garoto, muito observador, aproveitou o silêncio da igreja durante uma oração pelos noivos, e perguntou em alto e bom tom à mãe: - Mãe, que outras partes deles vão se unir? A mãe se limitou a dizer: - Lá em casa te explico. Coitado dos couros desse garoto! Se fosse minha mãe seria melhor ele ter ido tentar o cão com reza.

Velório geralmente é tanto discurso fora do contexto que, por vezes, até a viúva acha que estão enterrando o homem errado. Já fui num velório em que dei os pêsames à pessoa errada, e até consolei-a. Só depois descobri que a moça ia em todos os velórios e chorava mais que os familiares, mesmo que não conhecesse o defunto. Essa já nasceu para o drama.

Mas,  quem pensa que esse tesão dos políticos por passar vergonha é coisa atual, saiba que já vem de muito tempo. Num comício nos anos 90, na pequena e pacata cidade de Miracema - Sim, aquela da música! Além do Arlindo Orlando lá também tinha  políticos fazendo marmota.

Naquela época, havia uma grande quantidade de mulheres que ganhavam a vida lavando roupa. Certo candidato, resolveu ganhar o voto delas fazendo uma defesa enfática para que se abrisse um novo caminho de acesso ao córrego, o que encurtaria o percurso.

Ele era conhecido por falar e gesticular bastante. Lá pelas tantas do discurso, muito empolgado e já cuspindo no povo, solta a pérola: - "Essas mulheres... passam o dia na tábua e a noite no ferro". A fala veio acompanhada do gesto de passar roupa num ritmo de vai e vem. Não deu outra! Todo mundo entendeu  em outro sentido e começaram as gargalhadas.

Bem... pelo menos as marmotas em casamentos e velórios não afetam todo mundo, já nos comícios... além das mulheres que passavam a noite no ferro... o povo também ficou por quatro anos.