ARMADILHAS DA VIDA

Todos meus 62 anos tiveram ingredientes gostosos e ruins, mas esse 2019... Caramba! Tive duas perdas queridas e que, na sua fase final, não pouparam sofrimento: minha mãe em janeiro, aos 87 anos, e a Mel, nossa cachorrinha com 16 anos e meio em outubro. Gostava bastante do Ricardo Boechat e do que a Fernanda Young escrevia. A morte trágica dele e a súbita dela mostraram, mais uma vez, a nossa fragilidade e que podemos ser ceifados em segundos quando menos esperamos. Já a morte "besta" do Gugu Liberato num cenário frugal, provou que certos vacilos domésticos poderão colocar um fim em algo que ainda tinha muito pra acontecer. Avisei minha família ontem que decidi doar meus órgãos, a exemplo do que o Gugu fez. Apesar disso não ser permitido pela lei judaica, expressei o desejo ao entorno e vou nessa semana formalizá-lo em Cartório. Se alguma das modalidades de morte vivenciadas nesse ano estiver no meu roteiro, vou poupar os vermes de se banquetearem com minha putrefata carne. Assim alguém poderá se beneficiar do que sobrar desse corpo. É o mínimo que posso fazer diante das surpresas que a vida está reservando pra mim.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 23/11/2019
Reeditado em 23/11/2019
Código do texto: T6801632
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