* Este texto foi escrito em janeiro de 2009. Resolvi postá-lo só pra pagar mico mesmo rss. Em dez anos o mundo mudou tanto que talvez nem seja mais atual.
Qual a tua relação?
Estou há horas quase que numa brincadeira de mal- me quer e por ser meu aniversário resolvi escrever para mim mesma. Ora penso que o melhor relacionamento é sem compromisso, noutra que sem compromisso nem é relacionamento. Então resolvi sintetizar meus pensamentos.
As pessoas não são tão iguais, nem tão diferentes. Paradoxo, né? Explico: embora tenhamos em grande parte as mesmas necessidades, cada pessoa possui peculiaridades. Isso explica, em parte, que deve existir um tipo de relacionamento para cada pessoa.
Talvez, o erro esteja em estabelecer padrões de relacionamentos como se todos pudessem ser felizes da mesma forma. É como se houvesse uma numeração única de sapatos, mas na verdade cada pé tem sua forma. Às vezes, a pessoa certa vem na hora errada.
Há quem prefira um encontro casual, uma transa de vez em quando, sem muito envolvimento; enquanto outros, preferem uma relação de grude, daquelas que ninguém sabe onde começa um e termina o outro; há ainda, os que procuram uma relação que lhes dê estabilidade financeira ou emocional.
Não importa qual seja, todos buscam um relacionamento que traga felicidade. Um parêntese nessa vida de ambiguidades que temos. Se trouxer, tá valendo! O desencontro ocorre quando os parceiros esperam coisas diferentes da relação, resultando em desilusão, ou, no mínimo, naquele casal que todos olham e diz: Não tem liga! Nada a ver um com outro.
Nem todo mundo gosta de apagar fogueira todo dia. Há quem prefira a monotonia de uma relação calma, tranquila, sem arroubos. Cada louco com sua mania! Mas todos buscam amara ser amados.
Bom mesmo é o encontrar o amor, e nele, os anseios existências de completude, encontrar alguém que queira ser companheiro e amigo. E quando há química, diálogo e respeito, é quase a perfeição.
Entendo que uma relação é como uma segunda pele de uma pessoa. É alguém para conversar sem filtros, ser você mesmo sem medo, dizer o que pensa sem melindres; fazer sexo sem não me toques; saber respeitar o tempo do outro de falar e de calar, respeitar o silêncio um do outro, a raiva, o fogo ou a falta dele, entender que o outro tanto pode ficar triste como alegre sem depender de nós; é estar juntos, mas separados como seres complexos que somos.
Além disso, uma relação serve para dar equilíbrio, não preenche nossos vazios existências, o diabo da eterna busca por “não sei lá o quê” vai continuar, mas diminui a ansiedade.
Uma relação saudável envolve o financeiro também, mas de forma equilibrada, não é o meu e o teu, é o nosso, mesmo que seja só para dividir uma coxinha com refrigerante, mas jamais para jogar na cara do outro que ganha mais ou que morre de trabalhar pela família. Sem espaço para mesquinharias.
É ter a certeza que estamos com alguém para nos tirar do buraco quando cairmos. Ter um cobertor de orelha nos momentos de frio. É saber que ninguém vem com manual de instrução e, às vezes, erramos. Por isso, o melhor de uma relação é ter alguém para fazer coisas juntos como ir ao cinema, passear, beber uma cerveja ou ir à igreja. Perdoar quando preciso, mas saber deixar ir quando não houver mais motivos pra ficar.
Uma relação saudável é ser parte do mundo do outro sem sufocá-lo e sem bloquear suas potencialidades para vida. Mas essa é apenas uma concepção de relacionamentos. Há quem precise sempre de uma nova relação, pois vive em função da emoção da conquista, do prazer da descoberta. Para essas pessoas as pombas de Vênus correm na velocidade do vento quando se trata de conquistar novos amores, mas voam de asas quebradas é para mantê-los.
Qual a melhor relação ? Não saberia dizer. Eu prefiro uma relação em que haja atitudes que demonstrem amor, carinho, companheirismo, dizer “ eu te amo”, até papagaio diz, demonstrar amor é diferente. Gosto de pessoas que não tenham medo de demonstrar sentimentos de preocupação, carinho, gratidão, cuidado. Que respeite minhas conquistas em apoie nos fracassos não me deixando sozinha. E quando nem eu mesma souber o que quero, apenas me dê um sorriso e entenda que não sou perfeita.
26 de janeiro de 2009