Tempo de escola
Chegava do grupo escolar, o "Augusto Olímpio", perto do almoço. Estudava de manhã.
Vinha sob sol fervente. Exausto na mente e no corpo.
Quanta vontade de comer. A barriga roncava.
Mamãe dizia: ---- Filho, aguarda um só um pouquinho, deita aí no sofá.
----- A comida está quase pronta. Não demora, não.
Eu já quase adormecendo. Sonolento. Deitava no sofá.
Queria relaxar o corpo. E a mente.
Muito bom quando estamos estafados, exaustos e encontramos um lugar para deitar, sentar, deixar o corpo na horizontal.
Mente cheia de matemática, geografia, português, ciências. Batia um vento, escasso, mas agradável. Me fazia bem aquele frescor.
Olhava, e via o azul do céu, pela janela. Um brilho forte, belo. Um céu que me era magnífico, espetacular, grandioso. Alguém, um desconhecido, não sei quem, passava na rua.
Eu deitado no velho sofá. A manhã partia, ia embora. Ouvia ruídos, vozes, latido de cão. Um passarinho cantava, distante. Eu ficava pensativo, sonolento.
E mamãe a me chamar: --– Vem, meu filho, o almoço tá pronto. Ia, apressado. Sentava à mesa, faminto. Comia, enchia a barriga.
Voltava para o sofá. Deitava-me. E a vida {de moleque} passou, terminou.