Flor do Campo
FLOR DO CAMPO
(Hélio da Rosa Machado)
Enxergar uma flor no campo não é o mesmo que ver uma flor na floricultura, pois esta última embora também seja um fenômeno natural, foi plantada e planejada pelo homem com o fim de adornar ou de resplandecer seu perfume para agradar às pessoas, visando uma retribuição financeira. Já uma flor nascida num campo aberto resplandece a obra do Criador, através da sua mágica fórmula natural de reprodução, dando como resultado uma linda imagem e um perfume inesquecível, pois seu cheirinho suave misturado com a relva do campo dá uma impressão inigualável ao ambiente virgem, produzindo uma sensação de liberdade e de magnitude da alma, a ponto de tornar aquele instante um eterno reflexo que perdurará por longos anos na memória daquele que o contempla.
Assim é também o diagnóstico da vida, o homem constrói a ciência para entender os fenômenos naturais, só para poder reproduzi-los em dosagens limitadas para que possa contemplar a realidade de uma simples flor que pode significar para o homem uma sensação diferenciada diante de um cenário de rara beleza.
Por essa razão, todos nós procuramos aquilo que vem da natureza como forma mais elementar da vida; isso acontece com o pescador que vai até o rio para tirar o peixe, pois aquele jogado no lago artificial (pesque-pagues) não significa a realidade da criação original. Assim corre a vida, o homem buscando o aperfeiçoamento dos seus conhecimentos para poder reproduzir as réplicas da natureza.
Por igual razão, os cientistas aprimoraram a ciência relacionada com a genética, para que o homem possa alcançar a réplica do próprio homem. No entanto, mesmo com a descoberta científica da capacidade de produção em laboratório do próprio homem, que deverá nascer com a mesma origem celular, jamais nascerá com a mesma alma, já que esta última é uma criação de Deus. Não há dúvida de que tudo aquilo que nasce pela Mão de Deus, é o que chamamos de original e tem mais poder de naturalidade, devendo ser objeto de maior contemplação.
Essa discussão é que leva ao infortúnio das novas descobertas científicas relacionadas com a clonagem do ser humano, posto que deverá haver uma alma emprestada por Deus, pois somente este tem esse poder de criação. Evidente que não é bom para a humanidade tolher os estudos científicos só porque chegaram a esse estágio de evolução, mas Deus coloca esses limites para que o homem nunca se esqueça que foi Ele que criou primeiro e isso é um bem inalienável que não se transfere.
Essa reflexão sobre a flor do campo é que deverá ser a exegese da discussão sobre a clonagem, nunca se esquecendo que o ser criado pelo homem não será jamais sua criação, porque inexiste uma pessoa sem alma. Assim, qualquer discussão sobre esse tema deve passar pela regra básica da criação – Todo ser humano, mesmo que criado por outro ser de mesma natureza, ficará sujeito às regras da Divindade; terá de ser colocado no mundo para viver com liberdade, sem qualquer tipo de restrição, gozando de arbítrio próprio sem interferências de qualquer ordem.