A fisicalidade das ideias - BVIW
Transformar o pensamento em texto, não é tão simples quanto parece, isto porque na mente as ideias acontecem desordenadamente. É uma explosão de fatos, percepções, vivências, conjecturas e construções; tudo muito fluido. Essa velocidade de processar as informações acaba atropelando a estrutura física, vez que, as energias sensoriais não são letreiros luminosos. O que seria maravilhoso. Já pensou, imaginar algo, plugar a tomada e apertar um botão? E, como num passe de mágica, tudo fosse reproduzido numa tela? Entretanto, a realidade é bem diferente; o plano das ideias é um rascunho do projeto real. É impossível colocar em prática as imperfeições, os danos e os efeitos colaterais. Há pensamentos obscuros na caixa misteriosa. Na hora de verbalizar ou formalizar o pensamento, é preciso atentar-se ao universo social; no que tange a gramática; público alvo; necessidade da informação; simbiose do entendimento e, interatividade transversal. O que significa, que a arte de escrever não pode ser de qualquer jeito, e o aspecto qualitativo é um critério decisório na seleção da leitura. Como foi visto, a famosa frase do filósofo René Descartes; penso, logo existo, não funciona de imediato. Para a condição existencial da escrita, o esforço humano vai além da imaterialidade.