FINAL MELANCÓLICO
Recém-saído da prisão, aonde passou mais de ano recluso cumprindo pena imposta pela justiça em apenas um dos processos sobre os muitos crimes cometidos Luladrão não tem a capacidade intelectual para reconhecer que ele já era, que deixou de ser alternativa política, que está de fogo morto* e que agora é apenas um ponto fora da curva do engrandecimento nacional, sem luz, realce ou valia.
Os seus comparsas têm a grande e inglória obrigação de mantê-lo embriagado, literalmente com cachaça, e pela bajulação que se exige de quem, oficialmente, se presta ao servilismo, mesmo que para isso precise receber polpudas gorjetas.
Mas o dinheiro está minguando e a maior prova disso é o enfrentamento público feito pela CUT.
Luiz Inácio Lula da Silva, vulgo LULADRÃO, teve a rara oportunidade de tornar-se um grande estadista, respeitado e reconhecido mundialmente, como Abrahão Lincoln, dos Estados Unidos ou Nelson Mandela, da África do Sul.
Abandonado pelo pai, foi retirante da miserável seca nordestina e sobreviveu graças à tenacidade obscura da mãe.
Em vez de trilhar o caminho da retidão de costumes como tantos outros retirantes em situação semelhante, preferiu o caminho mais curto das manobras, conchavos e espertezas.
Do sindicato dos metalúrgicos chegou à presidência da república numa época de estabilidade e franco desenvolvimento.
Podia ter feito grandes obras físicas e sociais, podia ter-se notabilizado pelos desenvolvimentos e integrações regionais, no incremento ao ensino básico e no respeito e união das diversas etnias que formam o povo brasileiro, mas preferiu a cizânia, a gastança desenfreada e irresponsável do dinheiro público, avais e empréstimos internacionais a fundo perdido, institucionalizou a compra de votos no parlamento corrompido e sem compromisso com a nação que o elegeu, enriqueceu em meteórica trajetória, juntou-se aos ladrões nacionais e estrangeiros, abraçou os utópicos, falidos e fartamente reprovados ideais comunistas e se imaginou direta ou indiretamente detentor do poder para sempre.
A antiga luz de Luladrão, o maior ladrão de todos os tempos, foi breve como fogo de palha e está bruxuleando em seus estertores finais como vela votiva diante de sepultura suja e abandonada.
FOGO MORTO – antiga expressão designativa de engenho de açúcar abandonado.
Título de romance do autor José Lins do Rego