SOLTEM BARRABÁS
Soltem Barrabás
Parece-me oportuno olhar para o Sinédrio e ouvir o clamor da multidão: “soltem a Barrabás! ”
_ Mas a quem eis de crucificar?
_ “Crucifiquem a Jesus!”
_Mas Jesus já foi crucificado, morreu e ressuscitou, e, sentado à destra do Pai, espera o momento de vir julgar com EQUIDADE. Porque há um tempo certo para o julgamento e julgará com justiça. Portanto, a quem eis de crucificar agora?
- Agora é hora de crucificar a moral, os bons costumes, a ética e a decência, porque tais valores são coisas que não cabem mais na realidade atual. O mundo mudou, evoluiu, e os antigos valores impedem a evolução social. Abaixo esses falsos valores - “soltem a Barrabás!” Barrabás representa a diversidade dos novos tempos, as diferentes formas de definir e aceitar o que são valores.
A decência grita forte: - Barrabás é salteador.
A multidão continua a gritar: - Não! Ele é o nosso Robin Hood. Além roubar da nobreza para dá aos pobres, ele questiona os velhos e falsos e valores e justifica os atos ilícitos, pois os mesmo são frutos das desigualdades. Ele é o herói do povo.
O clamor da multidão ecoa pelas vias sujas da impunidade. – Mas a quem eis de crucificar?
_ Crucifiquem a conspicuidade, a nobreza, a justiça, os valores arcaicos, a boa fama, não importa, contanto que solte a Barrabás.
- Barrabás foi julgado e condenado no trânsito legal da lei. Foi pesado na justa balança e achado em falta.
- Não! Ele foi julgado por um juiz parcial ligado ao interesse de uma minoria burguesa e dominadora. Foi condenado só porque rouba dos ricos e divide com os pobres. Não importa de quem roubou ou os delitos que praticou, o importante é que deu aos pobres.
Barrabás foi solto. A moral, os bons costumes, a ética, os valores antigos e a decência foram crucificados. A conspicuidade, a nobreza e a boa fama foram jogadas no submundo da ignorância. Todavia, como para uma árvore cortada pelo tronco há esperança, assim, há de ser para tais comportamentos.
Aderlan Gonçalves Almeida