O indulgente diminutivo
A experiência mostra que não nos damos nada sem um preço, somos condescendentes, transigimos regras para nos justificarmos, mas a consciência é implacável.
Em sua “infinita sabedoria” o homem criou o diminutivo, como paliativo e forma de aplacar suas próprias transgressões:
-Eu vou tomar apenas uma cervejinha, não pode causar dano algum;
-Eu não vou demorar, vou, apenas, fazer uma visitinha, e volto em seguida;
-Não é possível que a taxa tenha subido, eu comi, apenas, um brigadeirinho;
-Ela é muito sensível, eu fiz, apenas, uma brincadeirinha.
E com um indulgente diminutivo aplacamos todos os equívocos que cometemos no aumentativo, e os deixamos justificados.