O ANIVERSÁRIO DE LUCO
CRÔNICA
Conheci Luco e “batemos” alguns “papos”, na semana que estivemos participando de um CÍRCULO sobre o Teatro Brasileiro do Século Passado.
A minha presença foi em decorrência de uma homenagem que me foi prestada por ter recebido o troféu de MELHOR ATOR quando interpretei o papel título de JOÃO GABRIEL BORKMAN, de Ibsen, com o Teatro Paraibano, no II Festival Nacional de Teatro, realizado em Santos, São Paulo, no ano de 1959.Paschoal Carlos Magno foi o Coordenador Geral e Henriette Morineau a Presidente do Júri.
Luco, como dezenas de jovens atores e atrizes, participavam do certame para efeito de currículo do curso de teatro que frequentavam.
Não sei por qual razão mas certa feita ele me contou que tinha a mania de querer ser parabenizado mês a mês no dia de seu aniversário natalício.
Aconteceu que uma vez, no dia que realmente aniversariava, sentiu algo estranho pois ninguém lhe dava parabéns por mais que ele insinuasse. Mal fora cumprimentado com um bom dia do pessoal de casa.
Tomou seu café e saiu para o trabalho, passando antes em casas de dois amigos, assíduos companheiros de pescaria. Eles, certamente, iriam se lembrar da data.
Silêncio total sobre o grande acontecimento registrado em seu calendário.
O mais surpreendente para Luco foi quando chegando ao seu local de trabalho, a Secretária da Presidência o cumprimentou efusivamente com parabéns e beijinhos.
Imaginou mil coisas.
Foi ao céu e voltou.
Aquela mulher mais cobiçada de todos os colegas, a que todos sonhavam e a viam como uma deusa, aquela que ele amava apaixonadamente no seu íntimo, que sempre sabia que jamais poderia ser sua, fora a única criatura que lhe saudou e lhe parabenizou.
E não foi só isto que aconteceu.
Próximo da hora do almoço, ela lhe convida para almoçar em sua casa. Havia preparado algo especial para ele.
Depois de se mortificar, se beliscando todo para sentir que tudo era verdade, começou então a sonhar com o que pudesse acontecer quando estivese a sós com ela.
Não iria falhar. Tudo seria bem certinho e maravilhoso.
Ela mesmo o levou em seu carro.
Chegando em casa, a colega pediu para que ele esperasse um pouco no sofá da sala já que necessitava tomar algumas providências.
Luco enloqueceu.
Com pouco tempo, vindo do interior da casa, a Secretária empurrava um carrinho onde estava um bolo coberto de velinhas acesas, cantando o PARABÉNS PARA VOCÊ, acompanhada pela esposa do Luco e de seus quatro filhos e duas sobrinhas que moravam com ele.
Luco desmaiou no sofá.
Estava nú.
Tinha tirado toda roupa.
Só as meias calçavam seus pés.
NOTA DO AUTOR- Crônica baseada no humor brasileiro, lamentavelmente de autoria desconhecida.
A minha presença foi em decorrência de uma homenagem que me foi prestada por ter recebido o troféu de MELHOR ATOR quando interpretei o papel título de JOÃO GABRIEL BORKMAN, de Ibsen, com o Teatro Paraibano, no II Festival Nacional de Teatro, realizado em Santos, São Paulo, no ano de 1959.Paschoal Carlos Magno foi o Coordenador Geral e Henriette Morineau a Presidente do Júri.
Luco, como dezenas de jovens atores e atrizes, participavam do certame para efeito de currículo do curso de teatro que frequentavam.
Não sei por qual razão mas certa feita ele me contou que tinha a mania de querer ser parabenizado mês a mês no dia de seu aniversário natalício.
Aconteceu que uma vez, no dia que realmente aniversariava, sentiu algo estranho pois ninguém lhe dava parabéns por mais que ele insinuasse. Mal fora cumprimentado com um bom dia do pessoal de casa.
Tomou seu café e saiu para o trabalho, passando antes em casas de dois amigos, assíduos companheiros de pescaria. Eles, certamente, iriam se lembrar da data.
Silêncio total sobre o grande acontecimento registrado em seu calendário.
O mais surpreendente para Luco foi quando chegando ao seu local de trabalho, a Secretária da Presidência o cumprimentou efusivamente com parabéns e beijinhos.
Imaginou mil coisas.
Foi ao céu e voltou.
Aquela mulher mais cobiçada de todos os colegas, a que todos sonhavam e a viam como uma deusa, aquela que ele amava apaixonadamente no seu íntimo, que sempre sabia que jamais poderia ser sua, fora a única criatura que lhe saudou e lhe parabenizou.
E não foi só isto que aconteceu.
Próximo da hora do almoço, ela lhe convida para almoçar em sua casa. Havia preparado algo especial para ele.
Depois de se mortificar, se beliscando todo para sentir que tudo era verdade, começou então a sonhar com o que pudesse acontecer quando estivese a sós com ela.
Não iria falhar. Tudo seria bem certinho e maravilhoso.
Ela mesmo o levou em seu carro.
Chegando em casa, a colega pediu para que ele esperasse um pouco no sofá da sala já que necessitava tomar algumas providências.
Luco enloqueceu.
Com pouco tempo, vindo do interior da casa, a Secretária empurrava um carrinho onde estava um bolo coberto de velinhas acesas, cantando o PARABÉNS PARA VOCÊ, acompanhada pela esposa do Luco e de seus quatro filhos e duas sobrinhas que moravam com ele.
Luco desmaiou no sofá.
Estava nú.
Tinha tirado toda roupa.
Só as meias calçavam seus pés.
NOTA DO AUTOR- Crônica baseada no humor brasileiro, lamentavelmente de autoria desconhecida.