ALFABETIZANDO MARIA
Comprei na livraria uma cartilha, 2 cadernos, lápis, borracha, régua e caneta. O lugar escolhido foi a mesa de fórmica da cozinha.
Maria foi contratada para fazer o serviço de limpeza do pequeno condomínio onde eu morava. Não havia porteiro e a zeladora tinha também a tarefa de receber e distribuir a correspondência. Logo nos primeiros dias, teve grande dificuldade em entregar as cartas e pacotes e me confidenciou que mal e mal sabia assinar o próprio nome.
Era jovem, viera do interior do estado procurando trabalho. Perdera o pai e a mãe muito cedo e um irmão mais velho tomou conta dela até a maioridade. Vivia na roça, longe da cidade e de qualquer escola. Seu irmão, que também não era muito letrado, lhe ensinara apenas a assinar o nome. Não sabia ler, escrever e nem resolver contas básicas.
Naquela época eu tinha um emprego de meio expediente e tomei para mim a tarefa de ensiná-la. Ao voltar do trabalho e após almoçar chamava Maria para a aula. Tínhamos uma hora de estudo por dia, três vezes por semana. Me surpreendeu a dedicação e a rapidez com que assimilou as lições. Sua caligrafia era bonita e os cadernos bem cuidados. A parte mais difícil foi memorizar a tabuada mas após quase um ano já sabia escrever um ditado e lia com clareza os textos que eu lhe trazia. Aprendeu também a fazer as quatro operações básicas.
Agora já não tinha mais dificuldade em ler os envelopes e entregava a correspondência sem problemas. Me confessou que não mais se atrapalhava com a condução que devia pegar para vir e voltar do trabalho.
Hoje está casada e é mãe de dois filhos. De vez em quando ela me aparece em casa, trazendo um ramo de flores, uma caixa de chocolates, um vaso...
Não tem preço o bem que podemos fazer a alguém. Quem recebe mostra sua gratidão e aquele que doa um pouco de si, voluntariamente, é agraciado com a alegria e a satisfação de fazê-lo.
Maria foi contratada para fazer o serviço de limpeza do pequeno condomínio onde eu morava. Não havia porteiro e a zeladora tinha também a tarefa de receber e distribuir a correspondência. Logo nos primeiros dias, teve grande dificuldade em entregar as cartas e pacotes e me confidenciou que mal e mal sabia assinar o próprio nome.
Era jovem, viera do interior do estado procurando trabalho. Perdera o pai e a mãe muito cedo e um irmão mais velho tomou conta dela até a maioridade. Vivia na roça, longe da cidade e de qualquer escola. Seu irmão, que também não era muito letrado, lhe ensinara apenas a assinar o nome. Não sabia ler, escrever e nem resolver contas básicas.
Naquela época eu tinha um emprego de meio expediente e tomei para mim a tarefa de ensiná-la. Ao voltar do trabalho e após almoçar chamava Maria para a aula. Tínhamos uma hora de estudo por dia, três vezes por semana. Me surpreendeu a dedicação e a rapidez com que assimilou as lições. Sua caligrafia era bonita e os cadernos bem cuidados. A parte mais difícil foi memorizar a tabuada mas após quase um ano já sabia escrever um ditado e lia com clareza os textos que eu lhe trazia. Aprendeu também a fazer as quatro operações básicas.
Agora já não tinha mais dificuldade em ler os envelopes e entregava a correspondência sem problemas. Me confessou que não mais se atrapalhava com a condução que devia pegar para vir e voltar do trabalho.
Hoje está casada e é mãe de dois filhos. De vez em quando ela me aparece em casa, trazendo um ramo de flores, uma caixa de chocolates, um vaso...
Não tem preço o bem que podemos fazer a alguém. Quem recebe mostra sua gratidão e aquele que doa um pouco de si, voluntariamente, é agraciado com a alegria e a satisfação de fazê-lo.