A essência semanticamente errada de irracionalidades como o nacionalismo, o racismo...
A essência semanticamente errada de irracionalidades como o nacionalismo, o racismo...
"Os chineses são geniais"
Todos os 1,3 bilhão??
Nacionalistas, racistas e outros tipos irracionais, têm uma necessidade irresistível de afirmação de superioridade perante grupos com os quais nutrem desavenças ou antipatias enraizadas. O problema da afirmação usada como o exemplo acima, não é, a priori, a sua natureza reducionista. É por não estar factualmente correta, já que não são todos os seres humanos do país mais populoso do mundo que são geniais. Mas, é isso que os tribalistas irracionais mais fazem.. normalizar essa ignorância de atribuir valores irrealistas aos grupos com os quais devota fanatismo e aos outros, preconceito.
Para os "amigos", tudo. Para os "inimigos", nada.
Não é clichê compará-los a torcedores de times de esportes coletivos, como o futebol. Também não é mera coincidência que esses extremismos da mente sejam mais endossados por homens do que por mulheres (héteros).
Apropriação ''coletiva' de feitos individuais
Isaac Newton foi um gênio inglês. Suas realizações são, conclusivamente, frutos dele mesmo. Mesmo que exista alguma variação na colaboração de segundos e terceiros, o trabalho criativo sempre tem como núcleo aquele que o pratica. No entanto, por sentimentos de fanatismo nacionalista, racista, etc.. é lugar comum que grupos de indivíduos se apropriem coletivamente das obras dos gênios apenas porque pertencem à mesma raça, nacionalidade...
Do tipo
''Isaac Newton foi um gênio da ''raça branca''. Eu sou branco. Logo, eu também sou genial.''
Ou, um pouco mais preciso
''Muitos dos gênios historicamente reconhecidos da humanidade são ou eram da 'raça branca'. Logo, se eu sou branco, então, eu também sou genial''
E uma derivação mais comum
''Nós, brancos, somos os mais inteligentes... vejam só todos os gênios das ciências, filosofia e artes ... que produzimos''
Essa narrativa coletivista é o coração de nacionalismos, racismos, etc...
Cognitivamente falando, mais parece a tomada de uma linguagem conotativa [''poética''] com se fosse denotativa [literal ou factual].
Portanto, se vocês verem por aí ''defensores da raça x ou y'', reparem que, na verdade, eles usam a identidade racial como espelhos distorcidos para as suas inseguranças.
É assim. O preconceito é uma maneira de espelhar inseguranças em 'desafetos instintivos'. O fanatismo também é uma maneira de projeção de inseguranças, mas em relação àquilo que se admira. Um alvo em que se coloca como superior. Outro alvo ao qual se associa. Nos dois casos, o indivíduo parece ser incapaz de direcionar sua percepção para si mesmo, buscando por seu próprio autoconhecimento. Se não consegue o autoconhecer, então não é capaz de saber com precisão os seus próprios limites bem como a derradeira humildade, em que também passamos a nos identificar não apenas com aquilo que nos diferencia mas também pelas identidades primárias, que nos iguala.