Namorador e romântico
1. O Brasil foi governado por dois Pedros: Pedro I e Pedro II, nossos imperadores; um português e o outro brasileiro, pai e filho.
E só não foi governado por três Pedros porque a ditadura militar de 1964 impediu a posse do doutor Pedro Aleixo (1901-1975), vice do Presidente Artur da Costa e Silva (1899-1969), afastado definitivamente da Presidência da República, depois de ser atingido por doença grave e irreversível.
2. Dom Pedro II governava o Brasil quando um golpe de Estado político-militar derrubou a Monarquia. Lideraram o golpe, os senhores Deodoro da Fonseca, Marechal, Quintino Bocaiuva, jornalista, Benjamin Constant, engenheiro, Campos Sales, advogado, Floriano Peixoto, militar e o doutor Ruy Barbosa, respeitado jurista.
3. Com a queda da Monarquia, e a consequente deposição do imperador, nasceu a República, proclamada, solenemente, no dia 15 de novembro de 1889.
E para assegurar a governabilidade, os líderes do golpe não perderam tempo: instalaram um Governo Provisório chefiado pelo Marechal Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892), nordestino, filho das alagoas.
4. Dom Pedro II, que reinou durante 58 anos, foi, então, "convidado" a deixar o Brasil, onde nascera, no dia 2 de dezembro de 1825. Com sua mulher, dona Teresa Cristina, partiu para a Europa e se exilou em Paris, onde morreu, no dia 5 de dezembro de 1891, sem esquecer seu torrão natal, atestam seus biógrafos.
5. No dia 15 de novembro de 2019, amanhã, portanto, os brasileiros estarão comemorando os 130 anos da Proclamação da República.
Uma observação: acho justo que, nas comemorações do advento da República, se homenageie, com a devida atenção e respeito, nosso imperador Pedro II.
Enquanto foi dono da coroa, Pedro II zelou pelo bem-estar dos brasileiros, com dignidade e coragem. Não envergonhou seus "súditos", nem aqui e nem lá fora.
6. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbom. Que é isso, perguntará o leitor. Respondo: o nome completo de Dom Pedro II. Estranho, também acho. Mas era assim naquele tempo.
7. "Modelo de cidadão", Pedro II, generoso e humano, era chamado de "O Magnânimo". Que é ser magnânimo? Segundo o impecável Antônio Houaiss, magnânimo é aquele que é bondoso, indulgente. Definição encontrada até no Google, hoje consultado, com frequência, pelos que têm preguiça de recorrer ao "pai dos burros", nosso insubstituível dicionário.
8. Era um homem culto, erudito. Pedro II , ainda de acordo com seus biógrafos, falava alemão, francês, italiano, espanhol, hebraico e tupi-guarani. E lia grego, árabe, sânscrito e aramaico, a língua de Jesus de Nazaré. Era respeitado pelos intelectuais do seu tempo; por exemplo, Darwin, Nietzsche, Pasteur e Graham Bell.
9. Dom Pedro II era um homem que "amava o amor". Casado com uma mulher sabidamente feia, o imperador era chegado a amores clandestinos. Lembro duas de suas amantes: Luísa Margarida de Barros Portugal, a Condessa de Barral e Ana Maria Cavalcanti Albuquerque, a Condessa Villeneuve.
10. Com a Condessa de Barral, mateve um relacionamento que durou 34 anos, "sem interrupções". De acordo com a belíssima historiadora Mary Del Priore, cuja extraordinária obra literária acompanho de perto, "Luísa não foi amante do imperador, mas sua grande paixão".
Da Condessa Villeneuve, ouviu palavras doces, como estas: "Eu te amo e sou tua de toda a minha alma. Eu te abraço tão ardentemente como tu desejas". E até, atendendo a um pedido do imperador, enviou ao soberano uma foto sua com um vestido que exibia seu busto, porque decotado à beça...
11. E sua biblioteca, no Rio de Janeiro? Tornou-a famosa ao transformá-la em um "ninho para seus amores clandestinos". Acolher suas amantes por entre os livros de sua biblioteca... Que coisa romântica. Com certeza, nos "intervalos", ele lia para elas versos de poetas líricos, e, como ele, doidamente apaixonados... Ele também era poeta.
1. O Brasil foi governado por dois Pedros: Pedro I e Pedro II, nossos imperadores; um português e o outro brasileiro, pai e filho.
E só não foi governado por três Pedros porque a ditadura militar de 1964 impediu a posse do doutor Pedro Aleixo (1901-1975), vice do Presidente Artur da Costa e Silva (1899-1969), afastado definitivamente da Presidência da República, depois de ser atingido por doença grave e irreversível.
2. Dom Pedro II governava o Brasil quando um golpe de Estado político-militar derrubou a Monarquia. Lideraram o golpe, os senhores Deodoro da Fonseca, Marechal, Quintino Bocaiuva, jornalista, Benjamin Constant, engenheiro, Campos Sales, advogado, Floriano Peixoto, militar e o doutor Ruy Barbosa, respeitado jurista.
3. Com a queda da Monarquia, e a consequente deposição do imperador, nasceu a República, proclamada, solenemente, no dia 15 de novembro de 1889.
E para assegurar a governabilidade, os líderes do golpe não perderam tempo: instalaram um Governo Provisório chefiado pelo Marechal Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892), nordestino, filho das alagoas.
4. Dom Pedro II, que reinou durante 58 anos, foi, então, "convidado" a deixar o Brasil, onde nascera, no dia 2 de dezembro de 1825. Com sua mulher, dona Teresa Cristina, partiu para a Europa e se exilou em Paris, onde morreu, no dia 5 de dezembro de 1891, sem esquecer seu torrão natal, atestam seus biógrafos.
5. No dia 15 de novembro de 2019, amanhã, portanto, os brasileiros estarão comemorando os 130 anos da Proclamação da República.
Uma observação: acho justo que, nas comemorações do advento da República, se homenageie, com a devida atenção e respeito, nosso imperador Pedro II.
Enquanto foi dono da coroa, Pedro II zelou pelo bem-estar dos brasileiros, com dignidade e coragem. Não envergonhou seus "súditos", nem aqui e nem lá fora.
6. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbom. Que é isso, perguntará o leitor. Respondo: o nome completo de Dom Pedro II. Estranho, também acho. Mas era assim naquele tempo.
7. "Modelo de cidadão", Pedro II, generoso e humano, era chamado de "O Magnânimo". Que é ser magnânimo? Segundo o impecável Antônio Houaiss, magnânimo é aquele que é bondoso, indulgente. Definição encontrada até no Google, hoje consultado, com frequência, pelos que têm preguiça de recorrer ao "pai dos burros", nosso insubstituível dicionário.
8. Era um homem culto, erudito. Pedro II , ainda de acordo com seus biógrafos, falava alemão, francês, italiano, espanhol, hebraico e tupi-guarani. E lia grego, árabe, sânscrito e aramaico, a língua de Jesus de Nazaré. Era respeitado pelos intelectuais do seu tempo; por exemplo, Darwin, Nietzsche, Pasteur e Graham Bell.
9. Dom Pedro II era um homem que "amava o amor". Casado com uma mulher sabidamente feia, o imperador era chegado a amores clandestinos. Lembro duas de suas amantes: Luísa Margarida de Barros Portugal, a Condessa de Barral e Ana Maria Cavalcanti Albuquerque, a Condessa Villeneuve.
10. Com a Condessa de Barral, mateve um relacionamento que durou 34 anos, "sem interrupções". De acordo com a belíssima historiadora Mary Del Priore, cuja extraordinária obra literária acompanho de perto, "Luísa não foi amante do imperador, mas sua grande paixão".
Da Condessa Villeneuve, ouviu palavras doces, como estas: "Eu te amo e sou tua de toda a minha alma. Eu te abraço tão ardentemente como tu desejas". E até, atendendo a um pedido do imperador, enviou ao soberano uma foto sua com um vestido que exibia seu busto, porque decotado à beça...
11. E sua biblioteca, no Rio de Janeiro? Tornou-a famosa ao transformá-la em um "ninho para seus amores clandestinos". Acolher suas amantes por entre os livros de sua biblioteca... Que coisa romântica. Com certeza, nos "intervalos", ele lia para elas versos de poetas líricos, e, como ele, doidamente apaixonados... Ele também era poeta.