Dentro de casa
"O que você faz quando \ ninguém te ver fazendo \ Ou o que você queria fazer \ se ninguém pudesse te ver", posto pela banda Capital Inicial no ano em que nasci. Muito a ver com o que acontece dentro de casa. O enxerto transmitido para fora é o melhor possível, com temas de esforço, coragem, buscar, incentivar, servir de modelo... porém, o que tem por trás disso passa despercebido. O modo como sou apresentado é diferente do modo como me apresentam as coisas, as instruções antecedentes são para tomar o controle, ser o primeiro, e conquistar a liderança para melhorar o que eu quiser e puder, com a liberdade para moldar e o conhecimento para atropelar o que venha ser obstáculo.
Não é feito por querer, é tradição. O que vem de material genético é justamente o esforço de manter o topo e o conforto. Fui construído para meu modo relaxado ser o dobro do modo esforçado de quem tem pouco. E o hilários é que ainda não entendo para quê tanto imposto. Ficou grafado no meu sujeito que o caro para eles é tão pouco para nós, por isso acho que tanta coisa é como nada, supérfluo, desvalorizada. Não é que não me passa pela cabeça o valor das coisas, o problema é a imagem de estar a frente para ditar aos outros que com esforço é possível. Queria eu que isso não soasse como meritocracia.
Vejo que na cidade é assim, chegamos ditando algumas regras do caro ser o melhor, então copias desse melhor são feitas mais baratas, com o interesse de replicar esse estilo pretencioso. E essa é para ser a tal liderança que disseram nós de ter... Queria eu melhor, ao invés de tratar as coisas com poder, poder sentar de igual com qualquer um. Mas isso vai ser impossível, vejo eu. Não esqueça, dentro de casa já fomos instruídos a como nos portar com vocês para certos interesses.