Se tem culpados, não são eles. Somos nós.

Fico muitas vezes admirando a intimidade com que as crianças e jovens lidam com as redes socias, usando computadores e, em particular, os celulares.

Eles firmam uma relação tão forte que muitas vezes as pessoas se incomodam, em especial os mais velhos, velhos.

Comecei a querer entender o motivo desse embate, que acaba sendo bem mais comum do que imaginamos, assim, cheguei a conclusões simples e, de certa forma, bastante óbvias.

Tudo aquilo que os adultos/idosos reclamam que as crianças/jovens usam em excesso, falando, em especial, em termos de tecnologias, na realidade, foram criadas por eles. Nenhuma criança ou jovem criou computadores, sistemas operacionais, programas, internet ou armamentos, por exemplo. Tudo isso iniciou há muitos anos para chegar até aqui.

Embora pareça piada, mas, é como se a geração mais velha tivesse criado coisas com a intenção de apenas exibir, elas nunca se tocaram que um dia todas as parafernálias desenvolvidas, fossem cair no gosto popular das gerações futuras.

Sendo assim, nunca se preocuparam, adequadamente, em preparar a sociedade futura para o uso e, nem muito menos, para seus reflexos. Depois do fato consumado, aparecem de vítimas, querendo atribuir toda a responsabilidade, sobre o mal uso de seus inventos, para a juventude. Não acho isso justo.

Creio que no momento não cabe tentar jogar culpa nos outros, tendo em vista que isso não resolve problemas. Na verdade, o adulto deve assumir sua responsabilidade e, em conjunto com os jovens de hoje, criar bons manuais, usando técnicas atualizadas e adequadas, para que as próximas gerações, continuem se apropriando das coisas que encontrarem prontas, sendo que, desta vez, com mais segurança, clareza e responsabilidade.

Outra coisa que é imprescindível, é a capacitação dos adultos naquilo que eles mesmos ajudaram a criar, com o objetivo de destruir a torre de babel construída, também por eles, para separá-los dos mais jovens e, que a cada tempo parece crescer indefinidamente.

Se a gente guiar numa estrada com os olhos vidrados no retrovisor, é lógico que mais cedo ou mais tarde capotaremos numa curva, por conta de um buraco ou por qualquer outra coisa que exija nossa iniciativa prévia. Em qualquer trânsito a prudência é primordial.

Quem não acredita no realinhamento da vida, é claro que vai morrer dentro de um “inferno” criado em sua própria cabeça.