Foi no Mucuripe
Foi, sim, no Ceará, que o Brasil nasceu.
Estaria a dizer uma tolice se não soubesse que em algum momento ou lugar um historiador acreditado não houvesse admitido, como verdadeiro, este dado histórico.Viagem
Eduardo Bueno, no seu livro A do Descobrimento, afirma, com todas as letras, que "a expedição de Cabral foi, de fato, precedida pela de dois navegadores espanhóis".
Bueno confirma "que tanto Vicente Yañez Pinzón quanto Diego de Lepe navegaram por costas brasileiras entre janeiro e março de 1500". E que, em fevereiro daquele ano, Pinzón "chegou à Ponta de Mucuripe", uma praia de Fortaleza.
Essa história vai mais além. Li, que Pinzón, ao desembarcar no Mucuripe, teria chamado o lugar de Cabo de Santa Maria de la Concepción, para, em seguida, apossar-se da terra "em nome da Coroa de Castela".
Encantado com a exuberância do litoral cearense, o navegador espanhol, depois de Mucuripe, teria visitado outra fascinante praia alencarina, dando-lhe um nome bem romântico: Rosto Hermoso. Essa praia é hoje a paradisíaca praia de Jericoacoara.
Os livros que contam a história do descobrimento ou achamento do Brasil não contestam de forma categórica essa versão. Por isso, esse assunto, diz Eduardo Bueno, passou para o rol dos temas polêmicos; passível, portanto de ser discutido.
Mexo com um amigo, defensor intransigente e entusiasta da sua terra baiana, trazendo este tema à baila, nos nossos saudáveis e repetidos papos literários.
Sou sumariamente contestado. Apresentando provas, que considera robustas e irrefutáveis, ele esforça-se para manter a Bahia ostentando o título de terra mãe do Brasil.
Da última vez, mostrou-me trechos de um pronunciamento do historiador cearense Capistrano de Abreu que, segundo ele, sepultaria para sempre essa história de que no Ceará e não na Bahia o Brasil nascera.
Procurei, então, saber se o historiador conterrâneo havia mesmo jogado um pá de terra sobre este assunto que não deixa de ser atraente.
Voltei ao livro do Eduardo Bueno. E lá, Capistrano, que de acordo com o autor, "admitia a precedência de Pinzón e Lepe sobre Cabral", declara "que as conseqüências práticas dessas viagens espanholas foram irrelevantes".
Vejam, que Capistrano não desmente de maneira peremptória a presença do espanhol Yañez Pinzón nas praias do Mucuripe e de Jericoacoara.
Ao amigo mostrei a pesquisa que fizera, mas não consegui convencê-lo da presença dos espanhóis na costa cearense, antes de Pedr´Alvares chegar à Bahia, e dizer a Portugal que acabara de descobrir a Terra dos Papagaios.
E ainda fez questão de perguntar qual das duas praias, Mucuripe e Porto Seguro, é a mais bonita.
Em homenagem à Boa Terra, que me tem acolhido com indescritível carinho nestes últimos cinquent ´anos, fiquei com as duas.
Mas prometendo voltar ao assunto no nosso próximo encontro.
Foi, sim, no Ceará, que o Brasil nasceu.
Estaria a dizer uma tolice se não soubesse que em algum momento ou lugar um historiador acreditado não houvesse admitido, como verdadeiro, este dado histórico.Viagem
Eduardo Bueno, no seu livro A do Descobrimento, afirma, com todas as letras, que "a expedição de Cabral foi, de fato, precedida pela de dois navegadores espanhóis".
Bueno confirma "que tanto Vicente Yañez Pinzón quanto Diego de Lepe navegaram por costas brasileiras entre janeiro e março de 1500". E que, em fevereiro daquele ano, Pinzón "chegou à Ponta de Mucuripe", uma praia de Fortaleza.
Essa história vai mais além. Li, que Pinzón, ao desembarcar no Mucuripe, teria chamado o lugar de Cabo de Santa Maria de la Concepción, para, em seguida, apossar-se da terra "em nome da Coroa de Castela".
Encantado com a exuberância do litoral cearense, o navegador espanhol, depois de Mucuripe, teria visitado outra fascinante praia alencarina, dando-lhe um nome bem romântico: Rosto Hermoso. Essa praia é hoje a paradisíaca praia de Jericoacoara.
Os livros que contam a história do descobrimento ou achamento do Brasil não contestam de forma categórica essa versão. Por isso, esse assunto, diz Eduardo Bueno, passou para o rol dos temas polêmicos; passível, portanto de ser discutido.
Mexo com um amigo, defensor intransigente e entusiasta da sua terra baiana, trazendo este tema à baila, nos nossos saudáveis e repetidos papos literários.
Sou sumariamente contestado. Apresentando provas, que considera robustas e irrefutáveis, ele esforça-se para manter a Bahia ostentando o título de terra mãe do Brasil.
Da última vez, mostrou-me trechos de um pronunciamento do historiador cearense Capistrano de Abreu que, segundo ele, sepultaria para sempre essa história de que no Ceará e não na Bahia o Brasil nascera.
Procurei, então, saber se o historiador conterrâneo havia mesmo jogado um pá de terra sobre este assunto que não deixa de ser atraente.
Voltei ao livro do Eduardo Bueno. E lá, Capistrano, que de acordo com o autor, "admitia a precedência de Pinzón e Lepe sobre Cabral", declara "que as conseqüências práticas dessas viagens espanholas foram irrelevantes".
Vejam, que Capistrano não desmente de maneira peremptória a presença do espanhol Yañez Pinzón nas praias do Mucuripe e de Jericoacoara.
Ao amigo mostrei a pesquisa que fizera, mas não consegui convencê-lo da presença dos espanhóis na costa cearense, antes de Pedr´Alvares chegar à Bahia, e dizer a Portugal que acabara de descobrir a Terra dos Papagaios.
E ainda fez questão de perguntar qual das duas praias, Mucuripe e Porto Seguro, é a mais bonita.
Em homenagem à Boa Terra, que me tem acolhido com indescritível carinho nestes últimos cinquent ´anos, fiquei com as duas.
Mas prometendo voltar ao assunto no nosso próximo encontro.