OLHOS DE MEL

OLHOS DE MEL

Que me importa se o seu nome é Andréia, Anna, Mônica, Priscila, Cristiane, Daniele, etc. Melhor, em todos os sentidos não me importo mesmo! Por enquanto nem quero saber. Olhos de mel!... Taí, talvez seja Melissa, escolhido por causa deles.

Quando os meus encontram os seus... Ai! Tum, tum, tum...A máquina dá uma acelerada, dá sim! Fico que fico. A combinação bem feita. Olhos melados, deixam os meus grudados. Olhos de mel! Declaram uma tranqüila certeza: o rosto lindo no corpo perfeito. Vai dizer que não se envaidece? Teria que ser muito humilde. Modéstia talvez seja um dos requisitos para ter uma boa personalidade, mas não precisa exagerar, no fundo você tem consciência da beleza despudorada. Para não se achar linda só se tivesse um defeitinho que ninguém vê, na sola do pé, por exemplo. A natureza seria imperfeita se te desse uma unha encravada ou um sinal embaixo de um dos seios que só ficasse escondido quando chegasse aos 55.

Ah! Eu estava falando do nome. Pensando bem, linda desse jeito não pode chamar-se Rosenilda, Cremilda, Rosalina, Lucrecia ou outra ilda, ina ou crécia qualquer. Seria um pecado imperdoável, uma covardia.

Você deve ter sim, um nome perfeito, que combine com tudo, com seu jeito, que seja esteio dessa segurança. Bom de se ouvir assim como uma melodia, doce de se falar, como se quisesse ficar nos lábios. Que combine com seu olhar que eu não canso de admirar; com seu jeito de caminhar que faz o mundo parar só pra olhar. Que faz as borboletas e as abelhas esquecerem das flores, e deixa um rastro de pétalas e odores. Tudo porque quando você passa nada resiste ao encanto, a própria natureza suspira e se enche de graça e a vida pára para a sua beleza consagrar.

Texto publicado no livro Crônicas à Beira do Caos - Antologia - Edição Especial 2007 - Editora Câmara Brasileira de Jovens Escritores - CBJE - 2007