O reencontro - Estagio terminal 01/11/2017 - Falecimento 03/11/2017 -
Na terça- feira depois da consulta, no Hospital do Servidor Público Municipal - fui ao quarto de Henry,
Entrei, Henry estava sentado na cama de costas para a porta, fazendo inalação e, uma mulher sentada concentrada no notebook .
Quando Henry me viu...Nossos olhares se encontraram.Seu sorriso, misto de espanto ,surpresa e ternura :
Você veio me ver! - esboçando alegria.Pude identificar aquele olhar.
Seu estado era visivelmente delicado. Sua aparência estava bem desfigurada pelo sofrimento e, as marcas da sua enfermidade. (Cirrose hepática)
Semblante envelhecido.
Fiz um esforço para não chorar e, para disfarçar,rapidamente disse brincando:
Você não está nada parecido com Silvéster Estalone.(ele era bem parecido com este ator, quando jovem)
Ele riu,
Vem, me cumprimenta, me de um beijo no rosto...
Beijei-o.
Antes perguntei educadamente quem era a senhora, ela se irritou. Como perguntar quem eu era... disse ela
Nesse momento ela perguntou:
E Quem é você?
Disse meu nome.
Vocês se conhecem de onde?
Da (Comunidade chamada Das Graças) - Respondi,
Eu não quero ninguém aqui desse lugar.
Eu ja falei pra você Henry,que não quero ninguém de lá aqui.
Você sabe que as mulheres dão em cima dele.Não sabe ?
Eu sou casada,disse para não causar conflitos,
e daí? -
As casadas, as solteiras, _ falou com tom de voz alterado, aspero.
Vou ligar para sua casa pra saber...
Vou ver os emails dele.
-Eu disse: pode ligar.
Em pensamento pensei : "E como sei."
Como chegou aqui?
Disse que estava fazendo uma consulta, expliquei por cima, estava com a radiografia dos pulmões nas mãos e, estiquei os braços para que ela visse.
Eu não quero ver seu exame...Com olhar cuspindo fogo de raiva.
Continuei:
Como estava aqui procurei saber dele, por isso estou aqui, para fazer apenas uma visita.
Até parece que vão dar informações;.Balançou endurecida a cabeça para a direita e a esquerda. Juntando as pernas, encolhendo as rigidamente, com as duas mãos juntas entre elas, balançando o pé,
Nesse momento Henry disse:
Deixa de ser burrra, puxando um errre.
Ele me pediu para sentar, ela deu uma pausa de alguns segundos.
Virei para Henry e, perguntei como ele estava.
Perguntas de praxe, pra quem esta em um hospital.
Respondeu:
Estou esperando a minha hora. Uma das minhas cordas vocais já paralisou. (Falou Henry, meio no tom desanimado, mas como o conhecia , parecia conformado) - !
Naquele momento cortou meu coração.
Falou mais alguma coisa, muito baixinho e, não entendi.
Pedi pra ela me dizer o que ele falou.
Nesse momento a mulher se levanta e diz:
Eu não fico mais aqui, vou embora - Já tenho que suportar a Ex mulher e a prima - estou aqui há vários dias. (Como a reclamar de estar ali contra sua vontade , As vontades de Henry. irritada para com as visitas, querendo proibi-las, coibi las deixando claro pra ele), Com a voz alterada.
Henry disse:
Vai...Vai - Com a voz determinada, com esforço para dizer mais alto, deu com a mão como se a empurrasse pelo ar.
Ela deu meia volta, pegou no meu braço com força, puxando me e disse:
Você também não fica.
Empurrando me para fora e, chamando o segurança.
Eu disse: só vim fazer uma visita,não queria causar transtornos,
Já causou - disse ela.
Henry neste momento diz:
Não se justifique, não perca seu valor.
Nessa hora ela voltou, frente a ele, com suas mãos, uma no ombro esquerdo e, a outra no outro direito, olhando dentro dos olhos de Henry, quase encostando o nariz no dele; Henry ( fragilizado ), com aparelhos.
como é que é?
O que você falou aí?
hein?
como é que é?
Nossa! que situação,- Fiquei fragilizada , estarrecida,com raiva , daquela senhora, por tratar alguém assim naquele estagio, daquela forma.
Foi horrível.
Fiquei inerte em consideração a Henry.
Ela me empurrou até a porta; quatro enfermeiras vendo aquela vozes alterada, fiquei muda, (a dela descontrolada), veio saber o que era.
Chamem o segurança, ponha essa mulher pra fora daqui - Falou a mulher que estava fazendo a cena, de horror, e nisso, eu me vi no lugar de Henry - Se alguém estivesse fazendo isso comigo, numa hora dessa, sem poder falar nada, sem poder fazer nada - Sem poder ter voz ativa, não ser respeitada.
Uma das enfermeiras perguntou:
Quem é você?
Deu uma engasgada, como se não soubesse o que ia responder, de leve - sou namorada, respondeu ela.
E você ?-perguntando pra mim
Sou uma amiga, vim visitá lo.
A enfermeira com tom de voz , calmo,
Parecia estar compadecida com a situação dele ,disse:
É disso que ele precisa nesse momento,Pessoas amigas, receber visitas, e não isso , falou virando para a Senhora transtornada.
Vou perguntar para o paciente o que ele quer -
Enquanto isso, a senhora que estava descontrolada, sentou e tirou os tamancos, como a dizer, vou descer do salto.
A enfermeira entrou e, quando saiu:
O paciente disse - A visita fica.
Entrei, quando estava no meio do quarto, ela voou em cima de mim.
As enfermeiras vieram para afasta-la, e eu, não queria que Henry sofresse aquela falta de senso, um verdadeiro descaso por parte daquela Senhora...Henry olhou pra mim, e a outra me empurrando, eu disse:
-Olhe, vou pedir a Deus que você se recupere, e volte ter sua vida normalmente...As lágrimas desceram. As enfermeiras me acompanharam.
Uma cena Gritante.
Ao sair, a senhora também, no corredor, falando no telefone ,dizendo para alguém que não ia ficar mais ali.
Meu coração estava apertado.Em pedaços de ve lo naquele estado.
Não me arrependi de ter ido, foi uma despedida com lagrimas sem dizer ADEUS.
Um reencontro...Forte!...Demais, para nós dois. a minha vontade é que ele se curasse e vivesse, que fosse do jeito dele, mas vivesse.
Cheguei em casa, entristecida, arrasada.
Contei pra mim minha mãe do ocorrido, ela disse:
Mas e ai, se ela não for mais ficar la - perguntou.
Eu disse:
Mãe, conheço ele, deve ter dito É...
Realista sabendo que esta no fim, deve ter dito algo que ,sabia que ela gostaria de ouvir.
"Faleceu dois dias depois desse episódio, 03/11/2017..
" Nada justifica aquele comportamento, sabendo que a pessoa estava esperando a hora de sua morte."
Há mudanças de nomes, local, para não comprometer a identidade das pessoas nos fatos reais.
Na terça- feira depois da consulta, no Hospital do Servidor Público Municipal - fui ao quarto de Henry,
Entrei, Henry estava sentado na cama de costas para a porta, fazendo inalação e, uma mulher sentada concentrada no notebook .
Quando Henry me viu...Nossos olhares se encontraram.Seu sorriso, misto de espanto ,surpresa e ternura :
Você veio me ver! - esboçando alegria.Pude identificar aquele olhar.
Seu estado era visivelmente delicado. Sua aparência estava bem desfigurada pelo sofrimento e, as marcas da sua enfermidade. (Cirrose hepática)
Semblante envelhecido.
Fiz um esforço para não chorar e, para disfarçar,rapidamente disse brincando:
Você não está nada parecido com Silvéster Estalone.(ele era bem parecido com este ator, quando jovem)
Ele riu,
Vem, me cumprimenta, me de um beijo no rosto...
Beijei-o.
Antes perguntei educadamente quem era a senhora, ela se irritou. Como perguntar quem eu era... disse ela
Nesse momento ela perguntou:
E Quem é você?
Disse meu nome.
Vocês se conhecem de onde?
Da (Comunidade chamada Das Graças) - Respondi,
Eu não quero ninguém aqui desse lugar.
Eu ja falei pra você Henry,que não quero ninguém de lá aqui.
Você sabe que as mulheres dão em cima dele.Não sabe ?
Eu sou casada,disse para não causar conflitos,
e daí? -
As casadas, as solteiras, _ falou com tom de voz alterado, aspero.
Vou ligar para sua casa pra saber...
Vou ver os emails dele.
-Eu disse: pode ligar.
Em pensamento pensei : "E como sei."
Como chegou aqui?
Disse que estava fazendo uma consulta, expliquei por cima, estava com a radiografia dos pulmões nas mãos e, estiquei os braços para que ela visse.
Eu não quero ver seu exame...Com olhar cuspindo fogo de raiva.
Continuei:
Como estava aqui procurei saber dele, por isso estou aqui, para fazer apenas uma visita.
Até parece que vão dar informações;.Balançou endurecida a cabeça para a direita e a esquerda. Juntando as pernas, encolhendo as rigidamente, com as duas mãos juntas entre elas, balançando o pé,
Nesse momento Henry disse:
Deixa de ser burrra, puxando um errre.
Ele me pediu para sentar, ela deu uma pausa de alguns segundos.
Virei para Henry e, perguntei como ele estava.
Perguntas de praxe, pra quem esta em um hospital.
Respondeu:
Estou esperando a minha hora. Uma das minhas cordas vocais já paralisou. (Falou Henry, meio no tom desanimado, mas como o conhecia , parecia conformado) - !
Naquele momento cortou meu coração.
Falou mais alguma coisa, muito baixinho e, não entendi.
Pedi pra ela me dizer o que ele falou.
Nesse momento a mulher se levanta e diz:
Eu não fico mais aqui, vou embora - Já tenho que suportar a Ex mulher e a prima - estou aqui há vários dias. (Como a reclamar de estar ali contra sua vontade , As vontades de Henry. irritada para com as visitas, querendo proibi-las, coibi las deixando claro pra ele), Com a voz alterada.
Henry disse:
Vai...Vai - Com a voz determinada, com esforço para dizer mais alto, deu com a mão como se a empurrasse pelo ar.
Ela deu meia volta, pegou no meu braço com força, puxando me e disse:
Você também não fica.
Empurrando me para fora e, chamando o segurança.
Eu disse: só vim fazer uma visita,não queria causar transtornos,
Já causou - disse ela.
Henry neste momento diz:
Não se justifique, não perca seu valor.
Nessa hora ela voltou, frente a ele, com suas mãos, uma no ombro esquerdo e, a outra no outro direito, olhando dentro dos olhos de Henry, quase encostando o nariz no dele; Henry ( fragilizado ), com aparelhos.
como é que é?
O que você falou aí?
hein?
como é que é?
Nossa! que situação,- Fiquei fragilizada , estarrecida,com raiva , daquela senhora, por tratar alguém assim naquele estagio, daquela forma.
Foi horrível.
Fiquei inerte em consideração a Henry.
Ela me empurrou até a porta; quatro enfermeiras vendo aquela vozes alterada, fiquei muda, (a dela descontrolada), veio saber o que era.
Chamem o segurança, ponha essa mulher pra fora daqui - Falou a mulher que estava fazendo a cena, de horror, e nisso, eu me vi no lugar de Henry - Se alguém estivesse fazendo isso comigo, numa hora dessa, sem poder falar nada, sem poder fazer nada - Sem poder ter voz ativa, não ser respeitada.
Uma das enfermeiras perguntou:
Quem é você?
Deu uma engasgada, como se não soubesse o que ia responder, de leve - sou namorada, respondeu ela.
E você ?-perguntando pra mim
Sou uma amiga, vim visitá lo.
A enfermeira com tom de voz , calmo,
Parecia estar compadecida com a situação dele ,disse:
É disso que ele precisa nesse momento,Pessoas amigas, receber visitas, e não isso , falou virando para a Senhora transtornada.
Vou perguntar para o paciente o que ele quer -
Enquanto isso, a senhora que estava descontrolada, sentou e tirou os tamancos, como a dizer, vou descer do salto.
A enfermeira entrou e, quando saiu:
O paciente disse - A visita fica.
Entrei, quando estava no meio do quarto, ela voou em cima de mim.
As enfermeiras vieram para afasta-la, e eu, não queria que Henry sofresse aquela falta de senso, um verdadeiro descaso por parte daquela Senhora...Henry olhou pra mim, e a outra me empurrando, eu disse:
-Olhe, vou pedir a Deus que você se recupere, e volte ter sua vida normalmente...As lágrimas desceram. As enfermeiras me acompanharam.
Uma cena Gritante.
Ao sair, a senhora também, no corredor, falando no telefone ,dizendo para alguém que não ia ficar mais ali.
Meu coração estava apertado.Em pedaços de ve lo naquele estado.
Não me arrependi de ter ido, foi uma despedida com lagrimas sem dizer ADEUS.
Um reencontro...Forte!...Demais, para nós dois. a minha vontade é que ele se curasse e vivesse, que fosse do jeito dele, mas vivesse.
Cheguei em casa, entristecida, arrasada.
Contei pra mim minha mãe do ocorrido, ela disse:
Mas e ai, se ela não for mais ficar la - perguntou.
Eu disse:
Mãe, conheço ele, deve ter dito É...
Realista sabendo que esta no fim, deve ter dito algo que ,sabia que ela gostaria de ouvir.
"Faleceu dois dias depois desse episódio, 03/11/2017..
" Nada justifica aquele comportamento, sabendo que a pessoa estava esperando a hora de sua morte."
Há mudanças de nomes, local, para não comprometer a identidade das pessoas nos fatos reais.