Porteiros e etc e coisa e tal...
Gosto de ler o jornal todinho aos domingos. Só saio depois dessa leitura. Sim, sei que há muita mentira e até desinformação, mas leio. Virou hábito ou vício. Sei lá... Nos domingos leio atentamente a coluna de Elio Gaspari. Não concordo com muita coisa que ele escreve, mas acho que é um dos raros jornalistas independentes do país. Hoje ele publicou uma nota(pastilha...) que chamou minha atenção. Algo que nos leva a refletir. Vou transcrever a nota:
Porteiro e Polícia
"Além do fantasma de Marielle Franco, outra assombração ronda o movimento de carros o condomínio onde viviam Jair Bolsonaro e o miliciano Ronnie Lessa no dia do assassinato da vereadora. É o risco de que acabe sobrando para o porteiro que registrou a entrada de Élcio Queiroz na propriedade.
"Não se sabe o que aconteceu naquele dia, mas uma velha história ensina que polícia e porteiros produzem situações fantásticas.
"Em maio de 1976, Íris Coelho, ex-secretária do general Golbery do Couto e Silva e do presidente Castello Branco, escreveu-lhe uma carta contando o que havia acontecido ao porteiro de seu edifício. Haviam roubado objetos de carros que estavam na garagem e ele foi preso. Com 11 anos de serviço e pai de três filhos, soltaram-no 24 horas depois:'O pobre estava todo machucado, os tímpanos perfurados. Aplicaram-lhe choque, bateram-lhe a cabeça contra a parede. Foi fichado como ladrão de automóveis e arrombador'.
"Íris não era uma novata. Depois de uma audiência com o embaixador soviético, Castello chamou-a para ditar uma minuta da conversa secreta.
"Passaram-se seis meses e o o governador do Rio remeteu o resultado da investigação a Golbery, o então poderoso Chefe da Casa Civil da Presidência. Resultava que depois de novos depoimentos e acareações, a polícia apurou o seguinte:
1 - O porteiro disse que conversou com Íris, expressou-se mal ou ela não entendeu o que ele falou. Além disso, nao a autorizou a fazer qualquer reclamação.
2 - As marcas que tinha pelo corpo eram produto de uma alergia.
"Íris Coelho voltou a escrever:
'Sinto muito, acredite que lastimo realmente ter sido causa de tanto trabalho e perda de tempo. Do modo como o processo se encamaihava, achei que a melhor solução seria aquela que foi dada na acareação com o porteiro. Creia-me, aprendi uma grande lição'.
"Seja qual for versão, sempre que se chega à conclusão de que o porteiro mentiu , vale a pena perguntar quem estava interessado nisso".
Uma pergunta que faz todo sentido. Ah, Brasil. Inté.