CUIDADO! OS LOBOS ESTÃO ENTRE OS CORDEIROS
Algumas pessoas se dizem donas de si. Afirmam com categoria que são pacíficas, que não fazem mal a ninguém. Todavia como se houvesse uma mutação física e genética, basta “pisar no calo delas” que de cordeiros passam a serem lobos quase que instantaneamente. Ou seja, esbravejam, gritam, violentam, transformam todo o ambiente em um caos desgovernado. Naquele momento nos perguntamos: “onde está quem disse que propaga a paz e que somente quer o bem do outro?” Ao que nos parece, alguns não possuem consciência crítica de seus atos e pensamentos. Somente percebem superficialmente o que ocorre com o próximo. São capazes de censurar o outro, mas não são hábeis em refletir sobre as consequências de suas próprias ações. E à vista disso, quase como um resultado exato e matemático tem-se que paz e violência são totalmente desproporcionais. E é como dizem por aí “quem não te conhece, que te compre”.
Há quem diga que o ser humano é a única espécie que consegue pensar, isto é, refletir sobre cada passo que dará. E isso é algo lógico quando, por exemplo, podemos compreender que em sua grande maioria os animais irracionais matam pelo instinto, isto é, caçam para manter a própria sobrevivência e a de sua espécie. O homem tem a capacidade de analisar os seus atos antes, durante e depois. Contudo por diversas vezes nos deparamos com ações humanas tão cruéis, que até nos questionamos se realmente a raça humana é racional ou não. O filósofo francês, Jean Paul Sartre, já afirmava no início do século XX que “a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.” Desse modo compreende-se ainda que uma das causas de ações insanas pelos humanos é a falta de um elemento fundamental nos dias de hoje no trato das emoções e do equilíbrio – inteligência emocional.
Segundo o escritor e psicólogo norte-americano, Daniel Goleman, a inteligência emocional se traduz “na capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos”. Ao que tudo indica administrar nossas emoções é um dos caminhos a seguir para então não nos tornarmos reféns de nossos possíveis atos hostis ou impensados. Afinal a construção de um espaço de serenidade também perpassa por esse viés de sabermos administrar nossos atos ainda que sejamos provocados a dizer ou agir com desequilíbrio em situações de intranquilidade. Um dos maiores defensores da paz em nosso tempo, o Papa João Paulo II, igualmente nos alertou que “a violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”. Nesse entendimento se faz mais que necessário nos relacionamentos interpessoais desenvolvermos habilidades sociais de empatia, controle emocional, autoconhecimento e automotivação para aprendermos a lidar com o lobo que pode habitar em cada um de nós.